O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou, esta segunda-feira, que o presidente russo esteja de visita à capital da Bielorrússia para obrigar o seu homólogo a participar numa nova ofensiva contra a Ucrânia, hipótese que classificou como “invenções absolutamente estúpidas e sem fundamento”.
Vladimir Putin deverá, esta segunda-feira, encontrar-se com Alexander Lukashenko, para uma “visita de trabalho”.
Em conferência de imprensa, o porta-voz do Kremlin adiantou que os dois presidentes discutirão não só a agenda económica dos dois países, como também questões militares, dada a conjetura “turbulenta” que se faz sentir.
“A Bielorrússia é o aliado e parceiro número um da Federação Russa. É com a Bielorrússia que temos o regime de integração mais avançado. Ninguém está a forçar ninguém, todos estão a adotar as medidas que melhor atendem aos interesses dos seus povos e aos interesses dos nossos estados”, disse Peskov.
Nessa linha, as autoridades ucranianas temem que o chefe de Estado russo tenha como objetivo pressionar o seu aliado a juntar-se a uma nova ofensiva contra Kyiv, depois de a Bielorrússia ter atuado como rampa de lançamento do conflito na Ucrânia, ainda que não se tenha juntado aos combates de forma direta.
Também o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, rumaram a Minsk, adianta a agência RIA.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo dados os mais recentes da Organização as Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.755 civis desde o início da guerra e 10.607 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: "Este tipo de guerra envolve apenas um vencedor. Não haverá concessões"