Sublinhando que o acordo "completa" o de Paris sobre o clima, a chefe do executivo europeu considerou que "o mundo tem agora dois campos de ação para avançar para uma economia sustentável até 2050".
"Investir na natureza também significa lutar contra as alterações climáticas", disse Von der Leyen, destacando o facto de o acordo ter "objetivos mensuráveis", bem como "um mecanismo para financiar a sua execução com o Fundo Mundial para a Biodiversidade".
Mais de 190 Estados aprovaram hoje um Quadro Global para a Diversidade na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica (COP15), em Montreal, no Canadá.
O "acordo de Kunming-Montreal" visa impedir a destruição da biodiversidade e os seus recursos, essenciais para a humanidade, tendo sido designado de "pacto de paz com a natureza".
O Quadro Global de Biodiversidade conta com quatro metas de longo prazo (2050) e mais de 20 metas de ação urgente já para 2030, entre as quais a criação de áreas protegidas em mais de 30% do planeta, que tem sido apresentada como o equivalente, para a biodiversidade, do objetivo do acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius. Até ao momento, 17% da terra e 8% dos mares estão protegidos.
Outro dos objetivos é o aumento dos fluxos financeiros dos países desenvolvidos para os menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento, bem como países com economias em transição, para "pelo menos 20 mil milhões de dólares por ano (cerca de 18,8 mil milhões de euros) até 2050" e "pelo menos 30 mil milhões (28,2 mil milhões de euros) até 2030".
Entre as metas para 2050 estão acabar a extinção de espécies associada à atividade humana, diminuir em dez vezes o risco de colocar em perigo as espécies e o risco de extinção das espécies, aumentar a abundância de espécies selvagens nativas e manter a diversidade genética das populações.
"Ao longo dos quatro anos destas negociações, a UE (União Europeia) trabalhou para criar espaço para um acordo ambicioso. Agora é hora de todos os países cumprirem as nossas metas relativas à natureza para 2030 e 2050", disse ainda Ursula von der Leyen, que agradeceu à equipa de negociação do bloco, liderada pelo Comissário do Ambiente, Virginijus Sinkevicius.
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