"Os talibãs não podem esperar ser um membro legítimo da comunidade internacional até que respeite os direitos de todos os afegãos, especialmente os direitos humanos e as liberdades fundamentais de mulheres e meninas", sublinhou o embaixador Robert Wood, representante alternativo para assuntos políticos especiais nas Nações Unidas.
Num 'briefing' do Conselho de Segurança da ONU, em resposta à decisão dos talibãs em banir as mulheres das universidades, Robert Wood condenou "veementemente" esta "posição absolutamente indefensável".
"Continuaremos a trabalhar com este Conselho para falar a uma só voz sobre esta questão", garantiu ainda, de acordo com a nota de imprensa enviada pelo Departamento de Estado norte-americano.
O regime talibã do Afeganistão proibiu hoje, "até nova ordem", a admissão de mulheres nas universidades públicas e privadas de todo o país, anunciou o Ministério do Ensino Superior local, citado pela agência noticiosa afegã Jaama Press.
Num curto comunicado, difundido também pela rede de televisão oficial Tolo, o ministério afegão apela à suspensão da admissão de mulheres nas instituições de ensino superior.
O ministro da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício afegão, Mohamad Khalid Hanafi, também precisou hoje que a reabertura dos centros educativos, encerrados desde a chegada ao poder dos talibãs, "depende em grande medida da criação de um ambiente cultural e religioso decente".
As autoridades talibãs têm sido criticadas pelo encerramento dos centros educacionais e pela exclusão de estudantes do sexo feminino do ensino, num quadro mais vasto de medidas discriminatórias contra as mulheres, que as afastam dos empregos e acabam por impor o respetivo dia a dia.
Desde agosto que as autoridades impedem as alunas do ensino superior de regressarem às aulas, autorizando apenas os alunos.
Em fevereiro, o processo de reabertura das universidades terminou após a imposição da segregação por sexo nas salas de aula.
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