Volodymyr Zelensky estará, esta quarta-feira, em Washington, nos Estados Unidos, onde irá visitar a Casa Branca, falar pessoalmente no Congresso e manter reuniões bilaterais com responsáveis norte-americanos. Trata-se da primeira viagem que o chefe de Estado Ucraniano faz para fora de solo ucraniano desde que a guerra irrompeu no seu país.
Por esta razão, impõe-se questões. Porquê? O que se pode esperar da viagem? O presidente da Ucrânia revelou, na rede social Twitter, que está já de viagem para os Estados Unidos. "A caminho dos EUA para fortalecer a resiliência e as capacidades de defesa da Ucrânia", escreveu.
"Em particular", adiantou ainda, apontou que iria discutir com o homólogo Joe Biden "a cooperação entre a Ucrânia e os Estados Unidos". "Farei também uma declaração no Congresso e [terei] diversas reuniões bilaterais", sublinhou.
Por sua vez, também o 'lado' norte-americano confirmou a visita, com o presidente dos Estados Unidos a revelar que Zelensky irá à Casa Branca antes de participar numa sessão conjunta no Congresso norte-americano. Já Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, enviou uma carta aberta ao chefe de Estado ucraniano onde o convidou a discursar pessoalmente no Congresso.
On my way to the US to strengthen resilience and defense capabilities of 🇺🇦. In particular, @POTUS and I will discuss cooperation between 🇺🇦 and 🇺🇸. I will also have a speech at the Congress and a number of bilateral meetings.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 21, 2022
Os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos deverão encontrar-se às 14 horas de Washington, 19 horas em Portugal. A informação é avançada pela Ria Novosti. De acordo com a agência, a conferência de imprensa deverá decorrer às 16h30 de Washington, 21h30 de Lisboa.
O que se pode esperar da viagem?
Em solo norte-americano, é esperado que Volodymyr Zelensky agradeça aos legisladores dos Estados Unidos pelos sucessivos pacotes de apoio aos esforços de defesa da Ucrânia, e que venha a apresentar novos argumentos que sustentem a necessidade de novos financiamentos.
De recordar que responsáveis norte-americanos já disseram que os Estados Unidos, que se preparam para receber hoje o Presidente da Ucrânia, vão enviar nova ajuda militar, incluindo e pela primeira vez, mísseis Patriot, noticiou a agência Associated Press (AP).
Além dos Patriot, o pacote vai conter bombas de precisão para caças, no que representa uma expansão por parte dos EUA do tipo de armamento avançado que vai enviar à Ucrânia para reforçar as defesas aéreas do país contra o que tem sido uma barragem crescente de ataques com mísseis russos.
O pacote, que deverá ser anunciado durante o dia, vai incluir cerca de mil milhões de dólares (942 milhões de euros) em armas dos 'stocks' do Pentágono e mais 800 milhões de dólares (753 milhões de euros) em financiamento através da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, que financia armas, munições, formação e outros tipos de assistência, acrescentaram as mesmas fontes, citadas pela AP.
O pacote de ajuda também vai contemplar um número não especificado de conjuntos de Munições de Ataque Direto Conjunto, ou JDAM, foguetes para o Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade, milhares de munições de artilharia, camiões, e mísseis antirradiação HARM ar-terra, disseram os mesmos responsáveis.
Ucrânia diz que garantiu armamento para o próximo ano
A Ucrânia vai receber armas e munições necessárias para todos os meses do próximo ano para lutar contra a invasão russa, disse hoje o ministro da Defesa do governo de Kyiv, Oleksii Reznikov.
Durante um programa especial emitido pelas cadeias de televisão ucranianas, citado pela Interfax-Ucrânia, o responsável pela pasta da Defesa adiantou que a Ucrânia assinou vários contratos com outros países sobre aquisição de armamento durante os próximos meses.
"A indústria militar norte-americana já está a funcionar. Quero dizer, um dos temas chave de cada reunião sob o 'formato Ramstein' [denominação sobre os encontros da Defesa ucraniana com outros países] é executar as capacidades dos outros países que apoiam a Ucrânia nesta guerra", disse Reznikov.
"Já se fizeram pedidos, e não apenas aos Estados Unidos mas, também, à Alemanha, França, Eslováquia, República Checa, Roménia e outros países", disse.
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