"A situação é dramática porque, em algumas comunidades, as instalações de atendimento médico foram destruídas", afirmou o coordenador da MSF naquela região, Christopher Stokes, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.
A população vive em condições "extremamente precárias", devido à falta de aquecimento e de outros serviços básicos, o que o responsável da MSF teme que seja agravado pela escassez de medicamentos e pelo facto de que nem as farmácias conseguem funcionar permanentemente.
Christopher Stokes lembrou que as equipas da organização internacional começaram a trabalhar nessas zonas logo após terem sido recuperadas pelas tropas ucranianas e em "estreita colaboração" com o Ministério da Saúde do país.
Segundo o coordenador da MSF, a situação de "pressão psicológica extrema" sofrida pela população durante a ocupação russa -- "nunca se sabia o que lhes iria acontecer no dia seguinte", explica -- deverá deixar vestígios "durante muito tempo" nas pessoas afetadas.
A MSF já conseguiu retirar cerca de 250 doentes de um hospital psiquiátrico, que foram transferidos para Odessa ou para zonas mais ocidentais da Ucrânia.
A cidade de Kherson foi reconquistada pelas forças de Kiev em novembro, mas tem sido regularmente atingida por bombardeamentos russos.
As forças russas ocuparam a cidade de Kherson e toda a região circundante pouco após o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Quando ali chegaram, a cidade contava com 300.000 habitantes, número que tinha diminuído para 80.000 quando foi reconquistada.
Antes da retirada do exército russo, acompanhada por alguns milhares de civis, foram destruídas as infraestruturas básicas da cidade, segundo as autoridades locais.
Leia Também: Kherson. Jornalistas italianos alvo de disparos russos "intencionais"