Castillo disse numa mensagem publicada no Twitter que está "arbitrariamente privado" dos seus direitos e que decidiu publicar um comunicado, assinado pelo advogado Wilfredo Robles Rivera, "visto que a CIDH se encontra de visita ao Peru".
"Expresso a minha preocupação pelo que aconteceu e solicito que se realize com urgência uma reunião tão importante entre a comissão da CIDH e a minha equipa legal", notou Castillo.
Na declaração, o advogado dirige-se "à comunidade internacional e ao povo do Peru" para indicar que na terça-feira foi pedido à CIDH, através da organização Red Nacional de Derechos Humanos (Rede Nacional de Direitos Humanos), para participar num "encontro com o Presidente Pedro Castillo, com a presença do advogado de defesa".
O advogado acrescentou que a secretária executiva da organização respondeu que, "no âmbito da agenda da equipa técnica da CIDH, está programada uma visita" ao ex-dirigente.
No entanto, Wilfredo Robles Rivera referiu que, no momento da publicação do comunicado, a CIDH ainda não tinha contactado a defesa de Castillo "a fim de finalizar os pormenores da reunião", expressando receio de que a reunião "não se realize devido a uma possível pressão política".
O Peru atravessa uma crise política e social devido às manifestações que abalam o país desde a destituição do ex-Presidente Pedro Castillo, em 07 de dezembro, que quis dissolver o parlamento para convocar uma assembleia constituinte, criar um governo de emergência e governar por decreto, o que foi interpretado como uma tentativa de golpe de Estado.
Após a detenção de Castillo, que ficará em prisão preventiva 18 meses, o poder passou para a vice-presidente, Dina Boluarte, mas os protestos e manifestações continuaram, fazendo 26 mortos, o que levou o novo Governo a decretar o estado de emergência a nível nacional.
Os distúrbios no país obrigaram ao encerramento dos aeroportos, deixando milhares de turistas retidos no Peru, incluindo portugueses.
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