Os ministros, que se reuniram por videoconferência, apelaram ao regime talibã para inverter a sua decisão de proibir as mulheres de estudarem na universidade e de banir as raparigas do ensino secundário.
E avisaram Cabul das possíveis consequências no Tribunal Penal Internacional de Haia: "A perseguição baseada no género pode constituir um crime contra a humanidade, ao abrigo do Estatuto de Roma, do qual o Afeganistão é um Estado membro".
"As políticas dos Talibãs para afastar as mulheres da vida pública terão consequências nas relações dos nossos países com os Talibã", advertiram.
"As recentes medidas tomadas pelos Talibãs, além das anteriores medidas cumulativas que restringem o gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais das mulheres e raparigas no Afeganistão, são extremamente preocupantes e parecem ser uma política sistemática", lamentaram.
Numa conferência de imprensa realizada em Berlim com a sua homóloga dinamarquesa, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, fez questão de chamar as recentes decisões dos Talibãs contra a educação das mulheres "mais um passo atrás na era das cavernas".
Mas não é a única, disse ela, recordando que, nos últimos meses, os Talibãs tinham aumentado as restrições à liberdade das mulheres: "Não só já não lhes é permitido estudar, como já não lhes é permitido ir aos parques e deixar as suas casas sem véu".
Entretanto, O ministro do Ensino Superior do governo Talibã defendeu hoje a sua decisão de banir as mulheres das universidades, afirmando que a mesma é necessária para evitar a mistura de géneros nas universidades e porque acredita que algumas disciplinas ensinadas violavam os princípios do Islão.
Numa entrevista com a televisão afegã, Nida Mohammad Nadim disse que os países estrangeiros que condenam a medida deveriam deixar de interferir nos assuntos internos do Afeganistão.
Antigo governador provincial, chefe da polícia e comandante militar, Nadim foi nomeado ministro em outubro pelo líder supremo dos Talibãs e comprometeu-se anteriormente a acabar com a escolarização secular.
Nadim opõe-se à educação feminina, dizendo que é contra os valores islâmicos e afegãos.
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