"Estas medidas representam um golpe significativo para a base financeira da máquina de guerra russa, ao perturbar toda a sua cadeia de abastecimento", disse o líder ucraniano, nas redes sociais.
"Quanto menos receita a Rússia obtiver [com a venda] de petróleo e outros recursos energéticos, mais cedo a paz será restaurada", acrescentou.
Por seu lado, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, próximo do Kremlin, anunciou que falará com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, após o anúncio das sanções impostas pelos EUA e Reino Unido contra o setor do petróleo e o gás natural liquefeito (GNL) russos.
"Falarei com o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin. (...) Temos negociações difíceis relativas à renovação do acordo de gás" com a Rússia, disse Vucic, numa conferência de imprensa em Belgrado.
A Gazprom Neft, uma das empresas visadas pelas sanções, detém 50% da NIS, a Gazprom 6,15% e 29,9% são propriedade do Estado sérvio, de acordo com o site da empresa. As demais ações pertencem a acionistas minoritários.
Os Estados Unidos "exigem a retirada completa dos interesses russos do NIS", disse Vucic. "Com base no que vimos, é 'retirar' e não 'reduzir'. Por outras palavras, não é possível reduzir o capital russo para 49% ou menos, eles exigem a retirada completa dos interesses russos do NIS",
Segundo o presidente sérvio, tudo deve estar finalizado antes de meados de março.
Antecipando estas sanções, o Governo sérvio decidiu, em 05 de janeiro, criar um órgão de coordenação destinado a garantir o fornecimento seguro de petróleo e gás, liderado pelo primeiro-ministro, Milos Vucevic.
Este órgão trabalhará em particular com as equipas responsáveis pelas negociações com a Rússia sobre o fornecimento de gás a longo prazo ao país, assegurado maioritariamente durante anos por Moscovo.
"Responderemos com responsabilidade e seriedade" às sanções, disse Vucic, que prometeu que Belgrado "não tomará decisões erradas precipitadamente".
"Moscovo e Washington são queridos pelo coração da Sérvia, mas a Sérvia é o mais importante para nós", acrescentou, afirmando que os cidadãos sérvios "não têm motivos para se preocupar".
"Não haverá escassez", prometeu.
Estados Unidos e Reino Unido anunciaram hoje sanções adicionais contra o setor do petróleo e do gás liquefeito da Rússia, classificadas por Washington como as mais significativas impostas ao setor energético russo desde o início da guerra na Ucrânia.
O objetivo destas medidas é cortar os rendimentos que financiam a máquina de guerra do Kremlin e poderão custar à economia russa milhares de milhões de dólares por mês, explicou um responsável norte-americano, numa conferência de imprensa telefónica.
Apesar de o Governo de Joe Biden ter adotado hoje estas sanções, estas podem ser revogadas por Donald Trump quando este assumir a Presidência no próximo dia 20 de janeiro.
Em concreto, os EUA, em coordenação com o Reino Unido, sancionaram dois dos maiores produtores e exportadores de petróleo da Rússia - a Gazprom Neft, a terceira maior petrolífera do país, e a Surgutneftegas, outra destacada companhia do setor energético.
Segundo o governo britânico, estas empresas produzem em conjunto mais de um milhão de barris diários, avaliados em cerca de 23 mil milhões de dólares anuais, a preços atuais, uma quantidade que supera o produto interno bruto (PIB) da Jamaica.
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