O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse, esta sexta-feira, que a Rússia tem alcançado "progressos significativos" no que toca à desmilitarização da Ucrânia, rejeitando ter conhecimento de qualquer plano de paz proposto pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Tudo o que Zelensky disse até agora foi dito sem ter em conta a realidade atual, que já tomou forma, e que não pode ser ignorada", disse, citado pela agência RIA.
Ainda assim, o responsável considerou que "qualquer conflito termina na mesa de negociações, mas [estamos a referir-nos a uma] rápida conclusão de uma operação militar especial com o alcance dos objetivos [da Rússia]", complementou, segundo a agência TASS.
Na mesma linha, Peskov revelou que, até ao momento, não há quaisquer contactos com Washington para um encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo, Joe Biden, de modo a retomar as conversações.
De notar que, segundo o The Wall Street Journal, as autoridades ucranianas estão a trabalhar numa proposta de 10 pontos para colocar um ponto final ao conflito de forma pacífica, que poderá vir a ser apresentada em fevereiro de 2023.
Recorde-se ainda que, no âmbito da visita do chefe de Estado ucraniano à Casa Branca, Biden garantiu que os Estados Unidos defendem uma "paz justa" para a Ucrânia, mantendo, por isso, o apoio militar, concretamente para defesa aérea.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo dados os mais recentes da Organização as Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.755 civis desde o início da guerra e 10.607 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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