O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na sua habitual mensagem à nação difundida através das redes sociais, alertou para a possibilidade de ocorrência de ataques russos durante a temporada natalícia, pedindo atenção aos seus concidadãos para se prepararem para essa eventualidade.
"Por favor, lembrem-se de quem está a lutar contra nós. Com a aproximação da época festiva, os terroristas russos podem voltar a estar ativos. Eles desprezam os valores cristãos e quaisquer valores em geral", elaborou o chefe de Estado ucraniano, na atualização partilhada na rede social Instagram, aqui traduzida pela agência noticiosa ucraniana Ukrinform.
Por essa razão, Zelensky apelou a todos os ucranianos: "prestem atenção aos sinais de ataque aéreo, ajudem-se uns aos outros e cuidem sempre uns dos outros".
Ver esta publicação no Instagram
Informando a população de que esteve hoje reunido com os restantes membros do gabinete presidencial, e na sequência da visita recente que fez aos Estados Unidos, o chefe de Estado do país garantiu que as autoridades nacionais estão já a preparar-se "para os próximos meses e para o próximo ano em geral", no que a este conflito diz respeito.
A esse propósito, assegurou: "As nossas tarefas mantêm-se inalteradas. A libertação da nossa terra. Segurança para o nosso povo. A restauração do nosso país após os ataques russos. Estes são os elementos da vitória ucraniana, de que nos estamos a aproximar passo a passo".
No que diz respeito, mais concretamente, à situação no terreno, o presidente citou as mais recentes informações fornecidas pelos comandantes das Forças Armadas da Ucrânia, destacando que estão a ser tidas em conta as várias "perspetivas" acerca da evolução da guerra. "Estamos a preparar-nos para diferentes variantes de ações do Estado terrorista, vemos as suas intenções. E vamos responder", avisou a mais alta figura do Estado.
No seu discurso, Volodymyr Zelensky interpelou ainda os cidadãos russos, alertando-os de que "devem compreender claramente que o terror nunca fica sem resposta".
No discurso à nação desta sexta-feira, o presidente da Ucrânia fez também referência ao "muito importante e oportuno" novo pacote de apoio anunciado pelo governo dos Países Baixos, no valor de 2,5 mil milhões de euros. "Estamos a coordenar os passos tanto quanto possível, e acredito que haverá um resultado tangível, especialmente na questão de levar à justiça todos aqueles que são culpados desta agressão contra a Ucrânia", explicou ainda Zelensky, acerca das atuais relações bilaterais entre ambos os Estados.
O anúncio surge numa altura em que, nas palavras do presidente, a Ucrânia está a preparar-se para "intensificar a diplomacia ucraniana em várias direções". Não só em países em que a "influência" ucraniana "ainda é menor do que o necessário, do ponto de vista da segurança nacional da Ucrânia e dos interesses do povo" - como é o caso de "África", "América Latina, países asiáticos, e a região do Pacífico", esclareceu Zelensky. Mas também numa ótica de "aumentar a cooperação com os parceiros tradicionais", de forma a que o "próximo ano seja realmente decisivo nesta guerra e a Ucrânia atinja todos os seus objetivos", concluiu.
A guerra na Ucrânia, que completa amanhã 10 meses de duração, provocou mais de 6,7 óbitos entre civis e de 10 mil feridos, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Leia Também: Guerra? "Jesus está chateado e vem atrás de ti, Putin"