Kremlin: Proposta de paz deve aceitar anexação de regiões ocupadas
Em causa estão as regiões cuja anexação foi formalizada pelo presidente Vladimir Putin no mês de setembro.
© Contributor/Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
Qualquer proposta que venha a ser apresentada pela Ucrânia, com o intuito de fazer cessar a guerra, deve ter em conta a "nova realidade" do país, defendeu o Kremlin esta quarta-feira. Com isto, a liderança russa explica que, para tal, Kyiv deve reconhecer a anexação das regiões de Kherson, Zaporíjia, Lugansk e Donetsk, reporta a Reuters.
"Não pode haver um plano de paz para a Ucrânia que não tenha em conta as realidades atuais em relação ao território russo, com a anexação de quatro regiões pela Rússia. Os planos que não têm em conta estas realidades não podem ser pacíficos", considerou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Em causa, estão regiões cuja anexação foi formalizada pelo presidente Vladimir Putin no mês de setembro, embora sem a aceitação da Ucrânia e dos seus parceiros ocidentais - que consideraram os referendos a este propósito "uma farsa". Porém, de momento, a Rússia não detém o controlo total sobre qualquer destas quatro regiões.
Com estas declarações, o Kremlin evidenciou uma clara rejeição face ao plano de paz de 10 pontos apresentado pela primeira vez pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no mês de novembro. O chefe de Estado do país já teve a oportunidade de discuti-lo com o homólogo norte-americano, Joe Biden.
O referido plano prevê a retirada das tropas russas do território que é internacionalmente reconhecido como fazendo parte da Ucrânia - o que significaria que a Rússia, aceitando-o, teria de abdicar tanto das quatro regiões que afirma ter anexado no decorrer desta invasão, como da Crimeia, em 2014.
O Kremlin continua a garantir estar aberto a negociações de paz com a Ucrânia, embora ressalve que não vê qualquer vontade de negociar por parte de Kyiv.
A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, provocou já 6.884 vítimas mortais entre civis, embora o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACDH) alerte que o número deve ser "consideravelmente superior". Há ainda a considerar 10.947 civis feridos no contexto deste conflito.
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