Um professor afegão rasgou os seus diplomas em direto, na televisão, em protesto contra a decisão do regime talibã de proibir o acesso das mulheres às universidades no Afeganistão.
Ismail Mashal, que é fundador da universidade privada Mashal e professor na Universidade de Cabul, aproveitou a sua aparição no canal TOLOnews, na segunda-feira, para expor a sua opinião.
Com lágrimas nos olhos, rasgou os diplomas e deixou claro: "A partir de hoje, não preciso mais destes diplomas porque este país não é um lugar para a Educação. Se a minha irmã e a minha mãe não podem estudar, então não aceito esta Educação", disse, segundo cita a imprensa internacional, acrescentando que os documentos, que eram originais, comprovavam os seus mestrados e doutoramentos.
O momento já se tornou viral e foi partilhado, inclusive, por Shabnam Nasimi, ativista e ex-assessora do Ministério dos Refugiados do Reino Unido. (Pode ver o vídeo na galeria acima)
Sublinhe-se que, com a proibição de frequentar as universidades, depois de o regime talibã já ter proibido também o acesso ao ensino secundário, a escolarização das meninas afegãs terminará aos 12 anos.
Pouco depois desta proibição, os talibã anunciaram também a proibição de as mulheres trabalharem em organizações não governamentais nacionais e internacionais.
Apesar de inicialmente terem prometido regras mais moderadas, respeitando os direitos das mulheres e das minorias, os talibãs aplicaram amplamente a sua interpretação da lei islâmica, ou Sharia, desde que tomaram o poder, em agosto de 2021.
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