"Eliminar um instrumento constitucional não nos coloca numa posição melhor", disse Guaidó, na sexta-feira, durante uma reunião virtual, na qual 72 dos 112 deputados que o apoiaram em 2019 votaram a favor do fim do "governo interino", liderado pelo opositor.
Guaidó disse que, depois de tomada esta decisão, a tarefa que se segue é a de recompor a unidade contra o Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, antes das eleições primárias marcadas para o próximo ano, na qual um candidato da oposição será escolhido para enfrentar o partido no poder nas eleições presidenciais de 2024.
Na sexta-feira, a oposição na Venezuela decidiu pôr fim ao "governo interino" de Juan Guaidó e prolongou por mais um ano a existência do parlamento opositor eleito em 2015.
Em 2019, Guaidó jurou assumir as funções de Presidente interino da Venezuela até afastar Maduro do poder. Guaidó contou com o apoio de mais de 50 países, incluindo Portugal, numa decisão tomada no âmbito da União Europeia.
Os deputados aprovaram também a reforma do Estatuto de Transição Democrática, que atribui ao "parlamento opositor" a proteção dos ativos da Venezuela e as "competências especiais para promover a transição democrática" com base em vários artigos da Constituição venezuelana, de acordo com os deputados.
A reforma prevê que o parlamento opositor crie um Conselho de Proteção de Ativos "nos Estados Unidos, Portugal e Inglaterra", entre outros países, nomeie juntas de direção para o Banco Central da Venezuela e para a empresa petrolífera estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), ou representantes no estrangeiro e em organismos multilaterais.
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