Taiwan oferece ajuda à China para responder à vaga de casos de Covid-19
A líder de Taiwan ofereceu hoje, na mensagem de Ano Novo, ajuda a Pequim para responder à vaga de casos de covid-19 no país.
© Lusa
Mundo Covid-19
A ilha democrática de Taiwan, com uma população de 24 milhões de habitantes, está sob constante ameaça de invasão pela China, que a vê como parte do território a ser recuperada um dia, se necessário pela força.
Num discurso pacífico, Tsai Ing-wen disse que os taiwaneses estavam "prontos a fornecer a assistência necessária com base em preocupações humanitárias" a Pequim, "enquanto houver necessidade".
A Presidente acrescentou esperar que, com esta ajuda, "mais pessoas deixassem de estar doentes e a tivessem um Ano Novo seguro", de acordo com a agência de notícias France-Presse.
A China enfrenta uma vaga de casos de covid-19, na sequência do fim abrupto da política "zero covid" no mês passado, três anos depois dos primeiros casos terem surgido na cidade de Wuhan (centro), no final de dezembro de 2019.
A política chinesa "zero covid" permitiu uma ampla proteção da população desde 2020, graças a testes de despistagem generalizados, monitorização rigorosa dos movimentos e confinamento e quarentena obrigatórios com a deteção de casos.
Estas medidas, que isolaram largamente a China do resto do mundo, infligiram um duro golpe à segunda maior economia do mundo. Nos últimos meses, levaram a uma crescente frustração pública e a protestos antigovernamentais invulgares.
No discurso televisivo de Ano Novo, no sábado, o Presidente chinês, Xi Jinping, disse que a "luz da esperança está à frente", à medida que a prevenção e controlo da epidemia entra "numa nova fase".
Mas Xi Jinping também disse, numa outra intervenção na sexta-feira, que Pequim tinha "lutado resolutamente contra as tentativas dos separatistas de alcançar a "independência de Taiwan" e a intervenção de forças externas para o conseguir.
As relações entre Taiwan e a China deterioraram-se em 2022, quando Pequim intensificou a pressão militar, diplomática e económica sobre a ilha autónoma. Em agosto, Pequim encenou exercícios militares maciços perto da ilha para protestar contra uma visita a Taipé pela presidente cessante da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi.
No tradicional discurso de Ano Novo, Tsai disse que as atividades militares chinesas em torno de Taiwan "não ajudaram" a manter as relações entre os dois lados.
"A guerra nunca foi uma opção para resolver problemas. Só o diálogo, a cooperação e o objetivo comum de promover a estabilidade e o desenvolvimento na região podem fazer com que mais pessoas se sintam seguras e felizes", disse.
Uma missão comum a Taiwan e à China em 2023 é "restaurar intercâmbios saudáveis e sustentáveis pós-pandémicos entre pessoas de ambos os lados" do estreito de Taiwan, acrescentou.
"Temos também o dever comum de manter a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan e na região", defendeu Tsai Ing-wen.
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