"Hoje confiamos à Mãe Santíssima o nosso amado Papa emérito Bento XVI para que o acompanhe na sua passagem deste mundo para Deus", disse o pontífice argentino durante a sua homilia para a primeira missa do ano, na Basílica de São Pedro.
Francisco, que foi eleito em 2013 após a histórica demissão de Ratzinger do pontificado, expressou logo no sábado a sua gratidão pelo seu serviço: "Falando de graciosidade, neste momento, os pensamentos vão espontaneamente para o nosso querido Papa Emérito Bento XVI (...) lembramo-nos da sua personalidade, tão nobre, tão gentil".
O pontífice argentino deverá também falar na oração semanal do Angelus ao meio-dia a uma multidão na Praça de S. Pedro.
Francisco celebrará na quinta-feira de manhã o funeral do primeiro papa alemão na história moderna - que foi chefe da Igreja Católica de 2005 a 2013 - um evento sem precedentes nos dois mil anos de história da Igreja Católica, ao qual se espera a participação de milhares de fiéis.
O público poderá visitar o corpo de Joseph Ratzinger a partir de segunda-feira de manhã na Basílica de São Pedro antes de ser enterrado numa cripta após o seu funeral.
A sua capela funerária abrirá segunda-feira na Basílica do Vaticano e os fiéis poderão despedir-se dele até quinta-feira, quando Francisco presidirá ao seu funeral na Praça de São Pedro antes do seu enterro na cripta da igreja.
O papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, a 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.
Joseph Ratzinger, que foi papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.
Bento XVI classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.
O funeral de Bento XVI realiza-se na quinta-feira, na Praça de São Pedro, no Vaticano, às 9h30 locais (8h30 em Lisboa), numa celebração presidida pelo Papa Francisco.
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