Irão. Opositores no exílio dizem que será "ano da vitória" contra regime

Os opositores iranianos no exílio afirmaram esta segunda-feira que 2023 será o "ano da vitória" e da queda do regime teocrático de Teerão, enfraquecido pelas manifestações que, desde setembro, abalam o país após a morte da jovem Mahsa Amini.

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Lusa
02/01/2023 14:03 ‧ 02/01/2023 por Lusa

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"Se nos organizarmos e nos unirmos, 2023 será o ano da vitória para a nação iraniana. O ano da liberdade e da justiça no Irão", afirmaram os opositores no exílio, um grupo que agrega personalidades de várias áreas (cultura, direitos humanos ou desporto), em mensagens publicadas em simultâneo em diferentes redes sociais.

Para os opositores, 2022 foi "um ano de solidariedade gloriosa" para os iranianos de todas as religiões, idiomas ou orientações políticas".

A mensagem surge como um desejo de mostrar uma unidade que há muito falta à diáspora iraniana, dividida em várias fações políticas após a queda do último Xá do Irão (Reza Pahlavi) em 1979.

Entre os opositores iranianos que publicaram a mensagem está a atriz Zar Amir Ebrahimi, distinguida como melhor atriz em 2022 no festival de Cannes, o filho do Xá deposto Reza Pahlavi, o influente dissidente Masih Alinejad, que reside nos Estados Unidos, a Nobel da Paz (2003) e advogada Shirin Ebadi ou o antigo jogador de futebol Hamed Ali Karimi.

"Estamos unidos para alcançar a liberdade (...) e não ficaremos calados", disse, por sua vez, a atriz Golshifteh Farahani na rede social Instagram.

Para Roham Alvandi, especialista em Irão e professor da London School of Economics, a mensagem é "um sinal de esperança nos atuais tempos sombrios".

Os protestos eclodiram no Irão após a morte, a 16 de setembro de 2022, de Mahsa Amini, uma mulher iraniana curda de 22 anos que morreu após ter sido detida pela chamada polícia da moralidade por alegada violação do rígido código de vestuário para as mulheres aplicado na República Islâmica.

Os protestos têm sido fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas.

Segundo o mais recente relatório da Iran Human Rights (IHR), uma organização não-governamental (ONG) com sede em Oslo, pelo menos 476 pessoas foram mortas pelas forças de segurança desde setembro.

Em novembro, as Nações Unidas divulgaram que pelo menos 14 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos no Irão.

Na semana passada, a IHR denunciou que pelo menos 100 iranianos, detidos nas manifestações, enfrentam acusações passíveis de punição com pena de morte.

As autoridades iranianas já assumiram que centenas de pessoas morreram no decurso dos protestos, que classificam como "motins", apontando igualmente que dezenas de membros das forças de segurança constam entre os mortos.

A justiça iraniana já condenou pelo menos 11 pessoas à morte pelo envolvimento em ações de protesto.

Em dezembro, as autoridades iranianas executaram dois homens, condenados pelo seu papel nas manifestações e acusados de matar ou ferir agentes da polícia ou paramilitares durante os protestos, numa escalada de repressão por parte do regime que, de acordo com ativistas, visa semear o medo entre a população.

Leia Também: Irão liberta jornalista detido há dois anos, mas prende outro

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