Israel e o Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo em Gaza e para uma troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, avança a Reuters, que cita uma fonte com conhecimento do acordo.
O acordo abre caminho a um possível fim de uma guerra que dura há já 15 meses e surge na sequência de meses de negociações, com mediadores egípcios, do Qatar e o apoio dos Estados Unidos.
O acordo, aliás, chega a dias da tomada de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o republicano confirmou a informação na sua rede social: "Temos um acordo para os reféns no Médio Oriente. Serão libertados em breve", escreveu na Truth Social.
De acordo com a Reuters, o acordo entre Israel e o Hamas prevê uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas que inclui a retirada gradual das forças israelitas do centro da Faixa de Gaza e o regresso dos palestinianos deslocados ao norte da Faixa de Gaza.
Além disso, indicou a mesma fonte, está prevista a autorização de entrada em Gaza de 600 camiões de ajuda humanitária por dia de cessar-fogo. O Hamas libertará 33 reféns israelitas, incluindo todas as mulheres (soldados e civis), crianças e homens com mais de 50 anos, ao longo das seis semanas. Já Israel libertará 30 prisioneiros palestinianos por cada refém civil e 50 prisioneiros palestinianos por cada soldado israelita.
As negociações sobre a segunda fase deste acordo terão início no 16.º dia da primeira fase. A segunda fase deverá incluir a libertação dos restantes reféns, um cessar-fogo permanente e a retirada total dos soldados israelitas.
As autoridades do Qatar e do Hamas confirmaram que um acordo foi alcançado, enquanto Israel ainda não comentou.
O acordo ainda precisa ser aprovado pelo gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, mas deve entrar em vigor nos próximos dias.
Muitas questões de longo prazo sobre Gaza no pós-guerra permanecem, incluindo quem governará o território ou supervisionará a difícil tarefa de reconstrução.
Ainda assim, o anúncio de um cessar-fogo oferece o primeiro sinal de esperança em meses de que Israel e o Hamas podem pôr fim à guerra mais mortal e destrutiva que já travaram, um conflito que desestabilizou o Oriente Médio em geral e desencadeou protestos em todo o mundo.
O Hamas desencadeou a guerra após atacar Israel a 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 israelitas e sequestrando cerca de 250.
Israel respondeu com uma ofensiva que matou mais de 46.000 palestinianos, de acordo com as autoridades de saúde locais, controladas pelo Hamas, e forçou a deslocação de cerca de 90% da população de Gaza, desencadeando uma crise humanitária.
Mais de 100 reféns foram libertados de Gaza numa trégua de uma semana em novembro de 2023.
[Notícia atualizada às 17h35]
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