Em declarações aos jornalistas durante o voo de regresso do Brasil, onde assistiu à tomada de posse do novo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe da diplomacia turca considerou que "o tempo urge" para Helsínquia e Estocolmo, mas não para Ancara.
Çavusoglu revelou que o Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, aproveitou a coincidência da presença no Brasil para lhe perguntar se a Turquia estava disposta a ratificar a adesão da Finlândia e da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
A entrada de um novo país na Aliança Atlântica requer a ratificação pelos parlamentos dos 30 países membros, um passo que todos, menos a Hungria e a Turquia, já deram.
"Respondi-lhe que sim. Mas acrescentei que [a Finlândia e a Suécia] têm de tomar muitas mais medidas", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, citado pela imprensa turca.
"O tempo é urgente na Finlândia e na Suécia. Especialmente na Finlândia, onde haverá eleições nos próximos meses. Para a Finlândia, este processo é ainda mais importante. Não temos a pressão de tempo", enfatizou.
O governo turco tem estado a analisar a questão da adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica com vários outros países, incluindo os Estados Unidos, acrescentou Çavusoglu, sublinhando neste contexto que prevê um encontro com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, a 18 deste mês, em Washington.
"A quem nos questiona sobre esta questão, dizemos-lhe que quando os passos forem dados, quando os compromissos forem cumpridos, a adesão será uma realidade", insistiu.
Nesse sentido, aludiu assim aos memorandos assinados pela Turquia com a Suécia e a Finlândia no final de junho de 2022 em Madrid, à margem da cimeira da NATO realizada na capital espanhola, na qual Ancara condiciona a ratificação da sua entrada a uma série de exigências.
Entre outras, Ancara espera que a Justiça dos dois países entreguem várias pessoas que acusam de terrorismo, uma das principais exigências.
Por outro lado, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deu a entender que o Parlamento da Turquia poderá esperar pelas próximas eleições gerais de junho no país antes de votar nova extensão do pacto militar.
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