Na sequência de uma ordem anunciada pelo Governo tailandês na terça-feira, a autoridade para a produção de eletricidade da Tailândia aplicou a ordem nas zonas onde identificou centros de burla telefónica e 'online' e onde também há suspeitas de vítimas de tráfico humano, aliciadas com falsas ofertas de emprego.
A medida, que inclui o corte de Internet e combustível, terá efeitos restritivos no abastecimento de água potável nestas localidades, embora a emissora pública Thai PBS afirme que vários destes centros têm geradores de eletricidade, pelo que não se sabe ainda em que medida esta decisão vai afetar grupos criminosos.
Banguecoque reiterou que esta é uma medida de segurança contra o crime transnacional e é apenas o início de uma política para erradicar o flagelo, agora com a ajuda da China.
Este é também um dos pontos na agenda da primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, numa visita oficial a Pequim, que começa hoje.
Os centros de fraude informática, incluindo aqueles situados na cidade birmanesa de Shwe Kokko e no complexo KK Park, perto da fronteira com a Tailândia, receberam mais atenção após o rapto do ator chinês Wang Xing, que suscitou preocupações de segurança no país que recebeu cerca de 36 milhões de turistas estrangeiros em 2024.
O ator viajou para Banguecoque no início de janeiro, atraído por uma falsa oferta de emprego, e foi levado por um grupo criminoso para o lado birmanês, onde foi resgatado após vários dias desaparecido.
Na sequência do episódio, o Governo tailandês endureceu o discurso e as ações numa tentativa de aliviar as preocupações e proteger o turismo, uma das principais fontes de rendimento do país.
O corte no fornecimento de eletricidade surge também na sequência de um insólito pedido da junta militar de Myanmar - no poder após um golpe de Estado em fevereiro de 2021 - através de um editorial publicado nos meios de comunicação social oficiais, em que pede ajuda aos países vizinhos na luta contra estes grupos.
De acordo com os números apresentados no artigo, o regime birmanês deportou mais de 53 mil chineses envolvidos em centros de burla 'online' entre outubro de 2023 e o final de janeiro de 2024.
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