"É uma abordagem baseada apenas e exclusivamente na ciência", salientou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, em declarações aos jornalistas.
Esta posição surge em resposta à reação de um porta-voz da diplomacia chinesa, que considerou as restrições adotadas por uma dezenas de países para viajantes que chegam às suas fronteiras desde a China como "inaceitáveis" e "desprovidas de base científica".
A partir de 05 de janeiro "todos os passageiros aéreos com 02 anos ou mais oriundos da China serão obrigados a fazer um teste no máximo dois dias antes da partida", independentemente da sua nacionalidade ou estado de vacinação, anunciaram as autoridades de saúde norte-americanas em 28 de dezembro.
Os Estados Unidos expressaram preocupação particular de que a rápida transmissão do vírus na China cause o surgimento de novas variantes.
As medidas "baseiam-se em preocupações de saúde pública" devido à "explosão no número de casos de covid-19 na China e à falta de dados de sequenciamento adequados e transparentes da China", acrescentou Ned Price esta terça-feira.
O porta-voz reiterou a oferta de Washington de partilhar as suas vacinas contra a covid-19 com Pequim.
A decisão dos Estados Unidos é semelhante a outros países, como Japão, Índia ou Itália, que também impuseram testes obrigatórios à chegada de viajantes da China.
A maioria dos Estados-membros da União Europeia é favorável a que sejam pedidos testes de covid-19 a todos os viajantes procedentes da China, mesmo antes de saírem do país, como resposta ao pico de infeções no gigante asiático.
Os países do bloco comunitário inclinam-se também para recomendar aos viajantes medidas de higiene pessoal, incluindo o uso de máscara nos voos com partida da China, o controlo de águas residuais dos aviões para monitorizar o eventual surgimento de novas variantes à chegada aos seus aeroportos e melhorar a sequenciação do coronavírus SARS-CoV-2, que originou a pandemia de covid-19, entre outras medidas.
Estas são as ideias com que "concordaram" os especialistas dos Estados-membros na sua reunião desta terça-feira, como resumiu na rede social Twitter a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, após o encontro.
Desde que foi tornado público o aumento dos casos de covid-19 no gigante asiático, diversos membros do bloco comunitário, entre os quais Espanha, reimpuseram o controlo de viajantes procedentes da China, embora outros, como a Bélgica, tenham optado por não exigir aos viajantes desse país a realização de um teste.
Em Portugal, o ministro da Saúde assegurou esta terça-feira que "tudo estará preparado" para, em caso de necessidade, serem adotadas medidas de controlo da covid-19 em Portugal, nomeadamente nos aeroportos para viajantes oriundos da China.
O número de casos de covid-19 atingiu um nível recorde na China continental, com um pico em 02 de dezembro de 2022 e nas últimas três semanas, a incidência diminuiu, provavelmente também devido a um mais pequeno número de testes realizados, resultando em menos infeções sendo detetadas, segundo o ECDC.
Após restrições rigorosas de viagem no auge da pandemia, a União Europeia regressou este outono a um sistema pré-pandemia de viagens livres, mas os países-membros concordaram que um "travão de emergência" pode, se necessário, ser ativado num curto período de tempo para enfrentar um desafio inesperado.
A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, tendo assumido várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.
A doença é uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março de 2020.
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