Depois de semanas de tentativas para conquistar a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, as tropas russas continuam sem conseguir fazê-lo. Yevgeny Prigozhin, fundador do grupo mercenário russo Wagner, ofereceu recentemente uma explicação para essas dificuldades, após ter visitado o local.
Tudo isto dever-se-á ao facto de a Ucrânia ter centenas de linhas de defesa em Bakhmut, uma "a cada 10 metros". E elucidou: "Se dissermos que existem 500, provavelmente não estaremos errados".
Nas palavras do fundador do Grupo Wagner, Bakhmut é, assim, "uma fortaleza em cada casa" - e, portanto, os militares russos estão "a lutar" para conquistar cada uma delas. Em causa está um processo que é, assim, bastante demorado: "Por vezes, têm de lutar durante semanas para conquistar apenas uma casa".
A visão foi partilhada pelo próprio Yevgeny Prigozhin num vídeo que foi, entretanto, partilhado na rede social Twitter pelo WarTranslated, projeto de caráter independente criado com o intuito de traduzir vários conteúdos relacionados com a guerra na Ucrânia para a língua inglesa.
Wagner's Prigozhyn explains why he is unable to take Bakhmut - a line of defence every 10 meters, hundreds of lines of defence across the city. Russians lack armoured vehicles and equipment. pic.twitter.com/sTdQt8G5xq
— Dmitri (@wartranslated) January 3, 2023
Além do mais, as tropas russas estarão também a sofrer as consequências da falta de veículos e de equipamento militar, o que dificulta a concretização dos seus objetivos. Entre os principais artigos que escasseiam, encontram-se os veículos de combate BMP-3, bem como de bombas de alta pressão de 100mm, necessários para "avançar sobre Bakhmut mais rapidamente e com mais confiança", revelam, no mesmo vídeo, militares consultados por Yevgeny Prigozhin.
Recorde-se que Bakhmut tornou-se um alvo-chave para a Rússia, uma vez que se encontra numa linha estratégica de abastecimento entre as regiões vizinhas de Lugansk e Donetsk.
Assim sendo, as tropas de Moscovo esperam que a sua conquista possa fazer da cidade uma plataforma a partir da qual seja possível lançar uma ofensiva mais ampla sobre território ucraniano - numa altura em que os avanços russos no terreno têm sido bastante reduzidos.
A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, matou já, pelo menos, 6.884 civis, com outros 10.947 a terem ficado feridos, segundo os cálculos mais recentes da ONU (Organização das Nações Unidas).
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