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Funeral do Papa emérito Bento XVI realiza-se hoje

O funeral do Papa emérito Bento XVI, que morreu no sábado aos 95 anos, realiza-se hoje na Praça de São Pedro, no Vaticano, seguindo um cerimonial "solene" mas "sóbrio" que será acompanhado, segundo estimativas oficiais, por milhares de pessoas.

Funeral do Papa emérito Bento XVI realiza-se hoje
Notícias ao Minuto

06:08 - 05/01/23 por Lusa

Mundo Bento XVI

As exéquias, após o corpo do Papa emérito ter ficado três dias em câmara ardente com milhares de pessoas a prestarem a última homenagem, serão "solenes", com algumas adaptações, e "sombrias", por vontade expressa de Bento XVI.

Como tal, o Vaticano apenas convocou oficialmente para a cerimónia - que será presidida pelo Papa Francisco (que irá proferir a homília) e celebrada pelo Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício - duas delegações, de Itália e da Alemanha, o país onde nasceu Joseph Ratzinger.

A delegação italiana será liderada pelo chefe de Estado, Sergio Mattarella, e pela primeira-ministra, Giorgia Meloni, assim como a delegação alemã, que será chefiada pelo Presidente, Frank-Walter Steinmeier, e o chanceler alemão, Olaf Sholz.

Uma delegação das autoridades da Baviera, região que viu nascer Joseph Ratzinger, também estará presente e será encabeçada pelo líder do governo regional, Markus Söder.

O Estado português estará representado nas cerimónias pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro.

Marcelo Rebelo de Sousa tem previsto para hoje um encontro, na Basílica de São Pedro, com o Papa Francisco.

Os Presidentes da Polónia (Andrzej Duda), da Eslóvenia (Natasa Pirc Musar) e da Hungria (Katalin Novák) também confirmaram a sua presença na cerimónia, bem como os primeiros-ministros polaco e húngaro, Mateusz Morawiecki e Viktor Orbán, respetivamente.

A rainha emérita de Espanha Sofia e o Rei Felipe da Bélgica estarão também na Praça de São Pedro, bem como o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin.

Da Croácia, estarão os titulares das pastas dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, Goran Grlic Radman e Nina Obuljen Korzinek, respetivamente, e da Ucrânia, país em guerra na sequência de uma ofensiva militar russa iniciada em fevereiro, estará o bispo Kenneth Nowakowski, em representação do líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana, o arcebispo Sviatoslav Shevchuk.

São esperadas na Praça de São Pedro cerca de 60 mil pessoas, segundo estimativas das autoridades locais.

Diversos representantes ecuménicos devem igualmente comparecer, como será o caso de Antonio de Volokolamsk, presidente do Departamento de Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscovo, em representação do patriarca Cirilo (responsável máximo da Igreja Ortodoxa Russa).

Prevê-se a presença de mais de 400 bispos e de 4.000 sacerdotes para uma cerimónia que terá um modelo quase idêntico às exéquias de um pontífice em funções, mas com algumas adaptações tendo em conta o atual estatuto de emérito de Bento XVI.

O Papa emérito vai ser sepultado, por seu desejo expresso, na Cripta da Basílica de São Pedro, no túmulo que pertenceu a João Paulo II, antes dos restos mortais do Papa polaco terem sido transferidos para a superfície do templo em 2011 após a sua beatificação.

A cerimónia, que contará com uma expressiva cobertura mediática -- mais de mil jornalistas de mais de 30 países estão acreditados -, realiza-se a partir das 9h30 locais (8h30 em Lisboa).

A zona da Praça e da Basílica de São Pedro será uma área de acesso restrito durante o funeral, com um dispositivo de segurança reforçado e o espaço aéreo fechado.

Joseph Ratzinger, que foi Papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

O Papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, em 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.

Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.

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