Uma menina de 12 anos argentina que foi violada pelo pai, e que chegou a ter uma interrupção da gravidez marcada, foi localizada esta terça-feira na sede da organização pró-vida Grávida.
As autoridades começaram as buscas depois de a menina não comparecer na consulta que tinha marcada num hospital na Argentina.
O caso remonta a 19 de dezembro, quando a mãe da menina a levou a um centro de saúde e foi confirmado que a menor estava grávida e a menina revelou que o pai era o abusador. O homem, de 42 anos, identificado pelas iniciais GMA, foi detido na segunda-feira depois de mais de uma semana foragido.
A menina e a mãe começaram a ser acompanhadas pelos serviços de saúde. "Não quero", terá respondido a menor aos médicos quando a informaram de que estava grávida. Com o apoio da mãe, a menor pediu o aborto e foi marcada para o dia 2 de janeiro no hospital Iturraspe, em Santa Fé, mas ninguém compareceu.
Iniciou-se então uma busca que levou mais de 24 horas. A menina foi encontrada na “Casa Hermanas de Betania”, uma das sedes da organização Gravida.
Agora, e segundo o El País, organizações feministas exigem que a justiça investigue se a menor foi retida contra sua vontade para impedir o aborto e o que aconteceu durante as horas em que permaneceu desaparecida.
Recorde-se que o aborto é legal na Argentina há dois anos mas existem numeroso grupos pro-vida que de tudo fazem para evitar que as interrupções de gravidez aconteçam.
De notar que é a segunda vez que este grupo é denunciado por tentar impedir o acesso à interrupção voluntária da gravidez.
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