A polícia do Kosovo confirmou que duas pessoas, incluindo um menor, foram feridas por disparos feitos por ocupantes de um carro que circulava na zona de Strpce, sem precisar a identidade das vítimas, informou o portal kosovar Kossev.
A página digital Koha informou que um atacante, de 33 anos, foi identificado e detido para investigação do caso, mas não referiu a identidade ou a etnia do suspeito.
O gabinete governamental sérvio para o Kosovo assegurou que o responsável pelos disparos é um albanês local e considerou o ataque como "uma tentativa de homicídio" dos dois jovens, que celebravam a véspera do Natal ortodoxo, celebrada pelos sérvios ?????? em 07 de janeiro.
Uma das vítimas foi ferida num braço e outra no ombro, sendo transferidas para o hospital de Gracanica (centro).
A população sérvia local saiu à rua em protesto pelo ataque armado contra os dois jovens.
A situação de segurança no Kosovo, antiga província do sul da Sérvia, permanece frágil após o recente agravamento das tensões entre a maioria albanesa e a minoria sérvia.
Em dezembro, no norte do Kosovo, os sérvios locais mantiveram durante quase três semanas o bloqueio do tráfego por considerarem que as autoridades de Pristina restringem os seus direitos.
Os sérvios kosovares estão concentrados no norte, junto à fronteira com a Sérvia, e em vários enclaves no centro e sul do Kosovo.
Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral do Kosovo em 2008, proclamada na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.
Desde então, a região tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria de etnia albanesa e religião muçulmana.
O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que mantêm forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre.
A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil ou África do Sul) também não reconheceram a independência do Kosovo.
Belgrado e os sérvios kosovares também acusam Pristina de bloquear sistematicamente a formação de uma associação de municípios sérvios, prevista nos acordos entre as duas partes assinados em 2013 e mediados pela UE, que permitiria um assinalável grau de autonomia a esta comunidade.
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