"Condenamos veementemente o julgamento e execução no Irão de Mohammad Mehdi Karami e Mohammad Hosseini", adiantou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, na rede social Twitter.
"Estas execuções são um elemento fundamental da estratégia do regime para suprimir os protestos" que estão em curso no país há meses, salientou Ned Price.
O Irão executou estes dois prisioneiros condenados pelo alegado assassínio de um agente da segurança durante os protestos que abalaram o país desde meados de setembro.
Com estas execuções subiu para quatro o número de manifestantes enforcados.
We condemn Iran's sham trials & execution of Mohammad Mehdi Karami & Mohammad Hosseini in the strongest terms. These executions are a key component of the regime's effort to suppress protests. We continue to work with partners to pursue accountability for Iran’s brutal crackdown.
— Ned Price (@StateDeptSpox) January 7, 2023
Desde o início dos protestos, 14 pessoas foram condenadas à morte no âmbito dos protestos, segundo uma nota da agência France-Presse baseada em informações oficiais.
Destes, quatro foram executados, dois tiveram as suas sentenças confirmadas pelo Supremo Tribunal, seis aguardam novo julgamento e outros dois podem recorrer.
Mohammad Mehdi Karami e Mohammad Hosseini foram executados de manhã cedo pelo homicídio de um 'basiji' - uma milícia islâmica - em novembro, durante as manifestações que se seguiram à morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, e que se transformaram num dos mais sérios desafios ao regime teocrata do Irão, instalado pela Revolução Islâmica de 1979.
Nestes mais de três meses de protestos, fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas, mais de 500 pessoas já foram mortas e pelo menos 15.000 detidas, segundo a organização não-governamental Iran Human Rights.
Também hoje, a porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou que a União Europeia (UE) está "horrorizada" com as execuções e apelou "às autoridades iranianas para que ponham imediatamente termo à prática altamente condenável de pronunciar e executar sentenças de morte contra os manifestantes".
Nesse sentido, a UE exigiu também o "cancelamento imediato" das restantes sentenças de morte já proferidas no âmbito das manifestações, acrescentou a porta-voz.
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