Rússia reivindica morte de 600 ucranianos num ataque em Makiivka

O Ministério da Defesa da Rússia reivindicou hoje ter matado mais de 600 soldados ucranianos numa "operação de represália" ao ataque do Ano Novo contra as forças russas em Makiivka, leste da Ucrânia, que abateu 89 militares.

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Lusa
08/01/2023 14:22 ‧ 08/01/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

 

O ataque a Makiivka, na disputada região de Donetsk, é considerado um dos maiores reveses das forças russas desde o início da invasão da Ucrânia, a ponto de o regime de Moscovo ser obrigado a confirmar, inusitadamente, a morte dos 89 soldados. 

A Ucrânia, no entanto, estima que o número de vítimas seja muito maior, falando de pelo menos 400 militares mortos.

O contra-ataque de Moscovo, segundo o porta-voz do Exército russo, general Igor Konashenkov, ocorreu contra uma posição temporária das forças ucranianas em Kramatorsk, também em Donetsk, e especificamente contra dois dormitórios de quartéis provisórios que foram atingidos por "um forte ataque com mísseis".

No momento dos impactos, mais de 700 soldados ucranianos estavam nas duas camaratas, indicou o porta-voz do exército russo, em conferência de imprensa reportada pela agência noticiosa estatal russa TASS.

Além disso, o porta-voz assegurou que, nas últimas horas, mais de 80 soldados ucranianos morreram no território da República de Lugansk e na região de Kharkiv, incluindo 40 membros de "grupos de reconhecimento e sabotagem".

O governo ucraniano não comentou nenhuma das reivindicações do exército russo.

A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente Vladimir Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para as autoridades ucranianas e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Ataque em Makiivka. Rússia culpa uso de telemóveis por parte dos soldados

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