O ataque a Makiivka, na disputada região de Donetsk, é considerado um dos maiores reveses das forças russas desde o início da invasão da Ucrânia, a ponto de o regime de Moscovo ser obrigado a confirmar, inusitadamente, a morte dos 89 soldados.
A Ucrânia, no entanto, estima que o número de vítimas seja muito maior, falando de pelo menos 400 militares mortos.
O contra-ataque de Moscovo, segundo o porta-voz do Exército russo, general Igor Konashenkov, ocorreu contra uma posição temporária das forças ucranianas em Kramatorsk, também em Donetsk, e especificamente contra dois dormitórios de quartéis provisórios que foram atingidos por "um forte ataque com mísseis".
No momento dos impactos, mais de 700 soldados ucranianos estavam nas duas camaratas, indicou o porta-voz do exército russo, em conferência de imprensa reportada pela agência noticiosa estatal russa TASS.
Além disso, o porta-voz assegurou que, nas últimas horas, mais de 80 soldados ucranianos morreram no território da República de Lugansk e na região de Kharkiv, incluindo 40 membros de "grupos de reconhecimento e sabotagem".
O governo ucraniano não comentou nenhuma das reivindicações do exército russo.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente Vladimir Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para as autoridades ucranianas e com a imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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