No vídeo de menos de três minutos, o refém Omri Miran identificou-se e pediu, em hebraico, ao Governo israelita que tome medidas para ser libertado, noticiou a agência France Presse, que não conseguiu determinar a data da gravação.
As imagens mostram um túnel subterrâneo que conduz ao quarto onde o prisioneiro está a ser mantido e mostram Miran sentado na cama em frente de um bolo que diz ter feito para o 47.º aniversário.
O Hamas usa com frequência declarações públicas dos reféns, sem condições para se exprimirem livremente, com intuitos políticos e colocar pressão sobre as autoridades israelitas.
Este refém já tinha surgido num vídeo divulgado pelo Hamas em abril de 2024.
Nos ataques sem precedentes do Hamas no sul de Israel, foram raptadas 251 pessoas, das quais 59 estão ainda em cativeiro na Faixa de Gaza, mas 34 morreram, segundo o Exército israelita.
No sábado, o Hamas divulgou um vídeo de outro refém israelita, Elkana Bohbot, numa suposta conversa telefónica com familiares, horas depois de confirmarem que o refém israelo-americano Edan Alexander estava desaparecido há quatro dias, após um ataque israelita na Faixa de Gaza.
Este é o terceiro vídeo de Elkana Bohbot divulgado pela ala militar do Hamas. O anterior ocorreu em 29 de março.
O israelita foi raptado durante o festival de música Nova, no sul de Israel, durante o ataque de 07 de outubro de 2023.
A gravação com Omri Miran foi divulgada no mesmo dia em que o presidente da Autoridade Palestiniana (ANP), Mahmud Abbas, exigiu ao Hamas que liberte os reféns e deponha as armas.
"O Hamas forneceu à ocupação criminosa pretextos para cometer crimes na Faixa de Gaza, sendo o mais flagrante a detenção de reféns", disse Abbas numa reunião em Ramallah.
Em resposta, Naim Qasem, dirigente da ala política do grupo islamita, acusou Abbas de adotar "uma narrativa consistente" com a de Israel e de "responsabilizar o povo palestiniano pelos crimes da ocupação" na Faixa de Gaza.
Desde o recomeço da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, em 18 de março, 1.928 pessoas morreram no enclave, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, elevando o total, para mais de 51 mil nos últimos 16 meses.
Uma delegação do Hamas encontra-se no Cairo para discutir "novas ideias" com os mediadores internacionais com vista a um cessar-fogo, após a pausa nos combates acordada em 19 de janeiro e entretanto quebrada por Israel.
O Egito e o Qatar apresentaram um novo esboço de acordo que inclui um cessar-fogo de cinco a sete anos e a libertação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinianos em Israel, segundo a agência EFE.
O novo plano inclui também a retirada do Exército israelita da Faixa de Gaza e a reconstrução do território com garantias internacionais.
O Governo israelita insiste que não pretende retirar as forças do enclave e que a ofensiva só vai terminar se o Hamas libertar todos os reféns e depor as armas.
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