As inundações, que o secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou como um "desastre climático de escala monumental", mataram mais de 1.700 pessoas, causaram oito milhões de deslocados, destruíram mais de dois milhões de casas e cobriram até um terço do país.
Numa pausa a meio da conferência, a ministra paquistanesa da Informação, Marriyum Aurangzeb, escreveu nas redes sociais que tinham sido oferecidos 8,57 mil milhões de dólares até aquele momento (cerca de oito mil milhões de euros) --- excedendo o objetivo inicial e perfazendo mais de metade da verba necessária, de cerca de 16,3 mil milhões de dólares (cerca de 15,15 mil milhões de euros) segundo estimativas do governo???????, para reconstruir o país.
Espera-se que seja disponibilizada pelo próprio governo paquistanês??????? a outra metade do valor necessário para reparar os danos causados no país, onde há zonas que permanecem inundadas e milhões de pessoas a viver perto de águas contaminadas ou estagnadas, segundo a ONU.
Marriyum Aurangzeb enumerou os principais doadores, como o Banco Islâmico de Desenvolvimento com 4,2 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros), o Banco Mundial com dois mil milhões de dólares (1,86 mil milhões de euros), o Banco Asiático de Desenvolvimento com 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros).
A União Europeia prometeu 93 milhões de dólares (86,5 milhões de euros), a Alemanha 88 milhões de dólares, a China 100 milhões e o Japão 77 milhões, segundo a ministra, e os Estados Unidos anunciaram mais 100 milhões de dólares para juntar a um montante idêntico com que já antes se tinham comprometido.
A contagem provisória de Aurangzeb não incluía, por exemplo, uma promessa de mil milhões de dólares da Arábia Saudita e as de países como os nórdicos e outros que continuaram a anunciar os seus compromissos na conferência que se prolongou ao longo da tarde de hoje.
O primeiro-ministro paquistanês, Shahbaz Sharif, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, estiveram presentes em Genebra na conferência, e outros líderes mundiais, como o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan,??????? participaram virtualmente.
A conferência é vista como um teste à vontade dos países mais ricos em ajudar os países em desenvolvimento afetados por catástrofes climáticas, um compromisso recentemente feito na COP27, a conferência da ONU sobre alterações climáticas, que decorreu em novembro passado no Egito.
"Temos de ser honestos sobre a brutal injustiça das perdas e dos danos sofridos pelos países em desenvolvimento por causa das alterações climáticas", disse Guterres na abertura da reunião.
"Se houver alguma dúvida sobre perdas e danos, vão ao Paquistão. Há perdas, há danos. A devastação das alterações climáticas é real", sublinhou.
Guterres disse que as pessoas no sul da Ásia têm 15 vezes mais probabilidades de morrer devido aos impactos climáticos do que noutros países, e que "nenhum país merece suportar o que aconteceu ao Paquistão".
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