O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, levantou hoje esta acusação contra o Irão, enquanto falava com os jornalistas que acompanham o Presidente Joe Biden na sua visita ao México.
Embora não tenha sinalizado uma mudança de política, esta acusação é uma das retóricas mais contundentes dos Estados Unidos contra o Irão, desde que Teerão começou a fornecer armas à Rússia para apoiar a guerra que atingirá um ano no próximo mês, noticiou a agência Associated Press (AP).
Estados Unidos e Europa têm alertado para este apoio do Irão à Rússia, numa tentativa de garantir a condenação da opinião pública, uma vez que enfrentam desafios para impedir na prática esta transferências de armas, da qual Moscovo depende cada vez mais.
Jake Sullivan realçou que o Irão escolheu "entrar num caminho em que as suas armas estão a ser usadas para matar civis na Ucrânia e tentar mergulhar as cidades no frio e na escuridão".
"Do nosso ponto de vista, coloca o Irão numa posição onde pode estar a contribuir para crimes de guerra generalizados", sublinhou.
O conselheiro da Casa Branca apontou as sanções europeias e norte-americanas contra o Irão, implementadas depois dos EUA terem sinalizado a venda de armas no ano passado, como exemplos de formas para tornar "as transações mais difíceis", acrescentando que uma "interdição física é um desafio".
A ofensiva militar da Rússia na Ucrânia começou há quase um ano e a ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Os ataques causaram também o deslocamento, dentro e para fora da Ucrânia, de mais de 14 milhões de pessoas, numa crise de refugiados que a ONU classifica como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento e ajuda económica e humanitária à Ucrânia e a imposição de sanções políticas e económicas sem precedentes a Moscovo.
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