Numa conferência de imprensa no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, depois da cerimónia de assinatura da terceira declaração conjunta sobre a cooperação UE-NATO, a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, sublinhou que "a segurança da Europa está ameaçada", observando que tal se reflete na vontade de Suécia e Finlândia de se juntarem à NATO, assim como na decisão da Dinamarca de aderir à política comum de segurança e de defesa da UE.
"A ameaça russa é a mais imediata, mas não é a única. Também assistimos às tentativas crescentes da China de remodelar a ordem internacional em seu proveito, e por isso temos de reforçar a nossa própria resiliência", declarou Von der Leyen na conferência de imprensa conjunta com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
A declaração conjunta hoje assinada dedica um dos 14 pontos à China, lendo-se no quinto ponto do documento que, numa era de "concorrência estratégica crescente", há uma "crescente assertividade da China e as suas políticas apresentam desafios" que UE e NATO têm de enfrentar.
"Vamos intensificar o trabalho de combate às ameaças híbridas e cibernéticas e ao terrorismo. Intensificaremos a cooperação em tecnologias emergentes e disruptivas e no espaço. E vamos abordar as iminentes implicações da crise climática para a segurança e reforçar a resiliência das nossas infraestruturas críticas", disse.
Von der Leyen iniciou a sua intervenção destacando a "unidade e determinação" reveladas pela NATO e UE imediatamente após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter lançado a agressão militar à Ucrânia.
"Nunca esquecerei 24 de fevereiro do ano passado, quando nos apresentámos os três aqui no dia em que a Rússia lançou a brutal invasão da Ucrânia. Foi um sinal muito forte de unidade e determinação", disse, comentando que o mundo escrutinava com muita atenção a reação e pôde constatar "o quanto unidos" os Aliados da NATO e Estados-membros da UE "estiveram e ainda estão no apoio à Ucrânia e contra a guerra imperialista russa".
Por seu lado, Charles Michel comentou que "aliados fortes fazem alianças fortes", e observou igualmente que "a agressão russa fortaleceu as duas organizações e aproximou-as ainda mais", levando mesmo a que o número de Estados-membros da UE pertencentes à Aliança Atlântica passe de 21 a 23 em breve, com a anunciada adesão de Suécia e Finlândia.
"Putin queria menos NATO, mas conseguiu o oposto. Vai ter mais NATO e vai ter mais UE. Na verdade, estamos mais próximos do que nunca", disse, lembrando a sintonia dos dois novos documentos estratégicos adotados recentemente pelas duas organizações, de forma concertada: a «bússola estratégica" dos 27 e o novo conceito estratégico da Aliança.
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