O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assegurou, esta quarta-feira, que “a luta continua” em Soledar, rejeitando que a cidade tenha caído nas mãos de Moscovo, conforme avançado pelo Grupo Wagner.
No seu habitual discurso noturno, o chefe de Estado acusou “o estado terrorista” e os seus “propagandistas” de “inventar” que parte da cidade de Soledar, “quase completamente destruída pelos ocupantes, foi, alegadamente, conquistada pela Rússia”.
“Eles vão apresentar – e já o estão a fazer – isto perante a sua sociedade, para que apoiem a mobilização e deem esperança a quem apoia a agressão”, complementou.
Contudo, Zelensky garantiu que “a luta continua”.
“Donetsk está a resistir. E estamos a fazer de tudo, sem parar por um dia que seja, para fortalecer a defesa ucraniana. O nosso potencial está a crescer. E agradeço a todos os nossos parceiros por isso”, disse, complementando que “a agressão russa chegará ao fim apenas quando as ambições [do país] não mostrarem outra alternativa que não a derrota”.
Além disso, o responsável abordou também o encontro com os homólogos da Lituânia e da Polónia, Gitanas Nauseda e Andrzej Duda, respetivamente, com os quais discutiu não só a adesão à União Europeia (UE) e à NATO, mas estabeleceu o compromisso de “restaurar a segurança da Ucrânia e de toda a Europa”.
“A agressão russa tem de falhar – e falhará”, acrescentou.
Nessa linha, Zelensky agradeceu a ajuda prestada pelos dois países, particularmente a entrega de tanques Leopard por parte da Polónia, assim como o fornecimento de sistemas antiaéreos Zenit e as necessárias munições, por parte da Lituânia.
De notar que o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin, afirmou, também esta quarta-feira, que os seus mercenários conquistaram Soledar, uma cidade próxima de Bakhmut, na região ucraniana de Donetsk. Segundo o responsável, cerca de 500 soldados ucranianos foram mortos e os seus corpos “estão espalhados por toda a cidade”, cita a agência Reuters.
Caso se venha a confirmar, a conquista de Soledar representa a primeira vitória simbólica das forças russas, após meses de triunfos do exército ucraniano.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.952 civis desde o início da guerra e 11.144 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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