Publicadas postumamente críticas do cardeal Pell ao Papa Francisco
As críticas ao pontificado do Papa Francisco repetiram-se hoje, com a publicação de vários textos atribuídos ao cardeal australiano George Pell, que morreu na terça-feira e era uma referência para o setor mais conservador do Vaticano.
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Mundo Papa Francisco
O portal Settimo Cielo (Sétimo Céu), gerido pelo jornalista Sandro Magister, revelou hoje que Pell era o autor de um documento assinado com o pseudónimo "Demos" (povo, em grego) muito crítico em relação ao Papa Francisco e que circulou na primavera passada entre os cardeais.
O "memorando" está dividido em dois artigos: "O Vaticano hoje", em que sustenta que "este pontificado é um desastre em muitos aspetos, uma catástrofe", e "O próximo conclave", que assegura que o Colégio Cardinalício "se enfraqueceu com nomeações excêntricas".
O texto passou de mão em mão entre os cardeais, muitos dos quais serão chamados a eleger o próximo papa após a morte, ou a renúncia, de Francisco.
Por detrás da autoria do documento escondia-se o mesmo cardeal Pell a quem o Papa argentino encomendou a reforma económica do Vaticano, nomeando-o prefeito da nova Secretaria da Economia desde a sua fundação, em 2014, até ao ano de 2019.
A carreira de Pell sofreu uma interrupção depois de ser condenado, em 2018, na Austrália, por abuso sexual de dois menores na década de 1990, mas após 400 dias na prisão, acabou por ser absolvido em recurso.
Morreu na tarde da passada terça-feira em Roma devido a complicações numa cirurgia para substituição de uma prótese da anca.
Por outro lado, o portal britânico The Spectator, uma referência para o setor conservador católico, publicou um artigo assinado por Pell, um dia após a sua morte, intitulado "A Igreja Católica deve libertar-se a si mesma deste pesadelo tóxico".
Assim, como um "pesadelo tóxico", definiu o cardeal o Sínodo dos Bispos convocado por Francisco para analisar o tema da "sinodalidade" e de como deve ser a Igreja Católica do futuro.
O Papa Francisco foi também alvo de críticas no livro "Nient'altro che la Verità" ("Nada mais que a Verdade", em tradução livre), hoje publicado, escrito por Georg Gänswein, secretário pessoal do papa emérito Bento XVI, que morreu a 31 de dezembro de 2022 e era também uma referência do setor mais tradicionalista dentro dos muros do Vaticano.
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