De acordo com o governador regional Valentyn Reznitchenko, entre os mortos neste ataque estão seis crianças, havendo ainda o registo de 79 feridos.
O ataque de sábado, atribuído às forças russas, que negam a sua autoria, é um dos mais graves envolvendo civis desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.
As autoridades locais decretaram três dias de luto, na sequência do ataque que, segundo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destruiu 72 apartamentos e danificou mais de 230 num edifício habitado por cerca de 1100 pessoas.
O Presidente ucraniano considerou, no domingo, que o ataque foi conduzido pelas forças russas a partir da região de Kursk, a algumas centenas de quilómetros de Dnipro, embora a Rússia tenha negado o bombardeamento do edifício residencial, atribuindo a culpa à defesa aérea da Ucrânia.
"As forças armadas russas não atacam edifícios residenciais ou instalações de infraestruturas sociais, apenas alvos militares camuflados ou óbvios", disse o porta-voz do Kremlin (Presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência oficial TASS.
Peskov invocou as "conclusões de alguns representantes do lado ucraniano" para insistir que a "tragédia foi o resultado de um projétil do sistema de defesa aérea da Ucrânia".
Essa possibilidade foi sugerida pelo conselheiro presidencial ucraniano Aleksey Arestovich, no sábado à noite, embora tenha ressalvado que a culpa da Rússia era inequívoca.
"Todos compreendem perfeitamente que se não houvesse um ataque russo, tal tragédia não teria acontecido, independentemente do mecanismo do ataque", disse então Arestovich, citado pela agência espanhola EFE.
Arestovich apresentou hoje a sua demissão, considerando que aquelas declarações tinham sido um erro.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje que o ataque mortal russo ao prédio residencial em Dnipro "exige novas decisões no fornecimento" de equipamento militar por parte dos países ocidentais.
"O que aconteceu em Dnipro, o facto de a Rússia estar a preparar uma nova tentativa de tomar a iniciativa na guerra, o facto de que a natureza das hostilidades na frente [de combate] exige novas decisões no fornecimento de defesa -- tudo isso apenas enfatiza a importância de coordenar nossos esforços", sublinhou o chefe de Estado ucraniano.
Para a União Europeia (UE), o sucedido na cidade de Dnipro foi um "crime de guerra" executado pelas forças russas.
Na frente diplomática, vários países ocidentais reafirmaram o seu apoio ao aliado ucraniano,.
"A mensagem que estamos a enviar ao (Presidente russo, Vladimir) Putin é que estamos a comprometer em defender os ucranianos até que sejam vitoriosos", disse o chefe da diplomacia britânica, James Cleverly, a um centro de pesquisa em Washington.
No sábado, Londres anunciou a entrega a Kiev de veículos blindados Challenger 2, que será a primeira entrega de blindados pesados de fabrico ocidental à Ucrânia.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, enfrentou uma pressão crescente de vários líderes europeus hoje no Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça) para autorizar a entrega à Ucrânia, inclusive por países terceiros que estão equipados, de tanques Leopard 2, que Kiev vem pedindo semanas
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