Ucrânia. Chefe do Estado-Maior dos EUA reúne com homólogo ucraniano
O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, o general Mark Milley, viajou hoje para um local perto da fronteira Ucrânia/Polónia e conversou com seu homólogo ucraniano, general Valerii Zaluzhnyi, face-a-face pela primeira vez.
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Mundo Guerra na Ucrânia
Milley reuniu por algumas horas com o chefe militar da Ucrânia num local não revelado no sudeste da Polónia. O coronel do Exército Dave Butler, porta-voz de Milley, explicou que os dois generais acharam importante encontrar-se pessoalmente.
Os dois líderes têm falado com frequência sobre as necessidades militares da Ucrânia e a situação do conflito com a Rússia, mas nunca tinham estado frente-a-frente.
A reunião ocorre quando a comunidade internacional aumenta a assistência militar à Ucrânia, incluindo treino de tropas ucranianas pelos EUA e o fornecimento de uma bateria de mísseis Patriot, tanques de guerra pesados e maior defesa aérea.
Embora vários líderes civis dos EUA tenham viajado até à Ucrânia, o Governo norte-americano deixou claro que nenhum militar uniformizado entrará na Ucrânia, exceto aqueles ligados à embaixada em Kiev.
Butler esclareceu ainda que a reunião de hoje permitirá a Milley transmitir as preocupações e informações de Zaluzhnyi aos outros líderes militares, durante a reunião dos chefes da NATO, que ocorrerá esta semana.
O porta-voz disse que Milley será capaz de "descrever as condições táticas e operacionais no campo de batalha e quais são as necessidades militares" da Ucrânia, bem como descrever o novo treino das forças ucranianas que os EUA estão a realizar na Alemanha.
A reunião de Milley e Zaluzhnyi dá início a uma série de reuniões de alto nível de líderes militares e de defesa, esta semana.
Milley e outros chefes militares reunirão em Bruxelas, na quarta e quinta-feira, e, na sexta-feira, na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha, no âmbito do Grupo de Contacto da Ucrânia.
Espera-se que as reuniões se concentrem nas necessidades militares atuais e futuras da Ucrânia, já que o terreno acidentado dos meses de inverno se irá transformar em estradas e campos lamacentos na primavera.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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