Fontes do grupo parlamentar social-democrata citadas pela agência de notícias espanhola Efe indicaram que a académica espanhola contará com a colaboração do ex-eurodeputado britânico Richard Corbett, que, durante a sua fase final no Parlamento Europeu (PE), dirigiu o grupo trabalhista e é coautor de um manual universitário sobre o PE que se tornou um texto de referência sobre a instituição europeia em toda a União Europeia (UE).
A liderança do grupo tenciona agora decidir com eles, na próxima semana, o mandato, a estrutura e os prazos da investigação, para que Bacigalupo possa dar aconselhamento quanto ao formato do processo e à informação de que vai precisar e que Corbett possa "ajudar com os seus conhecimentos da instituição e dos respetivos procedimentos internos", precisaram as fontes.
Esta investigação pretende esclarecer como ocorreram os contactos do Qatar, de Marrocos e da Mauritânia com eurodeputados socialistas para tentar influenciar decisões do PE, um escândalo batizado como "Qatargate" e que, até agora, levou à acusação formal, dentro do grupo parlamentar, do ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri e da ex-eurodeputada grega Eva Kaili, então também uma das vice-presidentes do PE e entretanto destituída, além do seu namorado e assessor parlamentar, Francesco Giorgi.
A justiça belga pediu também a retirada da imunidade parlamentar a outros dois eurodeputados do mesmo grupo: o belga Marc Tarabella e o italiano Andrea Cozzolino.
O grupo Socialistas & Democratas do PE decidiu por unanimidade suspender a pertença à formação de Tarabella -- entretanto implicado por Panzeri no âmbito de um acordo judicial por este assinado para reduzir a pena de prisão -, ao passo que Cozzolino se demitiu temporariamente do grupo.
Ambos integrarão o contingente dos eurodeputados independentes ou não-inscritos em qualquer grupo parlamentar enquanto durar a investigação.
Por sua vez, Eva Kaili, além de destituída do cargo de vice-presidente do PE, foi igualmente expulsa do grupo socialista após noticiada a sua detenção, a 09 de dezembro de 2022.
Juntamente com Niccolò Figa-Talamanca - um italiano responsável pela organização não-governamental (ONG) com sede em Bruxelas dirigida, em 2019, por Panzeri - e que também está atrás das grades, todos foram indiciados por "pertença a uma organização criminosa", "branqueamento de capitais" e "corrupção", depois de uma operação da polícia belga que resultou na apreensão de malas de dinheiro com um total de 1,5 milhões de euros.
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