UA exige libertação de mais de 50 mulheres sequestradas no Burkina Faso

O presidente da Comissão da União Africana (UA) exigiu hoje a "libertação imediata" de mais de 50 mulheres e meninas sequestradas na semana passada no norte de Burkina Faso, segundo um comunicado publicado na sua conta na rede social Twitter.

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©  Lassana Bary/Twitter

Lusa
19/01/2023 12:01 ‧ 19/01/2023 por Lusa

Mundo

Burkina Faso

Moussa Faki Mahamat condenou o rapto levado a cabo por homens armados não identificados, que ocorreu entre 12 e 13 de janeiro na zona da localidade de Arbinda, na região do Sahel, fronteira com o Mali e o Níger.

O presidente da Comissão exigiu "a libertação imediata das mulheres e meninas sequestradas, incluindo o seu regresso seguro às suas famílias e comunidades".

O responsável da organização apelou também às autoridades nacionais para "não pouparem esforços para levar os perpetradores desse crime hediondo à justiça".

Além disso, Mahamat disse estar "particularmente preocupado com os ataques contra mulheres e meninas por grupos armados como parte de sua estratégia para aterrorizar as comunidades" e reafirmou a solidariedade da UA com Burkina Faso.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres também já tinha pedido terça-feira a "libertação imediata e incondicional" de pelo menos 50 mulheres sequestradas por extremistas no Burkina Faso, e exortou por justiça.

Ao condenar o sequestro, o líder das Nações Unidas reafirmou ainda o compromisso da organização em continuar a trabalhar com o Burkina Faso e parceiros internacionais para "aumentar a proteção de civis, responder aos desafios humanitários e de desenvolvimento, promover e proteger os direitos humanos e apoiar os esforços para uma paz duradoura".

Na segunda-feira, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, já havia expressado a sua preocupação com a situação e pediu a libertação "imediata e incondicional" dessas mulheres.

Supostos terroristas sequestraram mais de cinquenta mulheres na semana passada na já mencionada área de Burkina Faso, onde são comuns ataques de grupos terroristas ligados tanto à Al Qaeda quanto ao Estado Islâmico, informaram as autoridades locais à agencia de notícias espanhola EFE, no dia 16.

Algumas mulheres conseguiram escapar dos supostos terroristas e notificar as autoridades logo após serem atacadas.

O Burkina Faso tem sofrido frequentes ataques terroristas desde abril de 2015 principalmente no norte do país.

Além disso, o país sofreu dois golpes de Estado no ano passado: um a 24 de janeiro, liderado pelo tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, e outro, a 30 de setembro, liderado pelo capitão Ibrahim Traoré, atual chefe de Estado do país.

A tomada do poder pelos militares ocorreu, em ambas as ocasiões, pelo descontentamento entre a população e o Exército pelo aumento da insegurança por causa dos ataques terroristas, que levaram mais de 1,8 milhões de pessoas à situação de deslocados, segundo o Governo.

Leia Também: Burkina Faso anuncia nova fase dos terroristas contra os civis

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