Foram identificados pela agência France-Presse 10 aparelhos em terra e no ar - oito aviões e dois helicópteros - durante a cerimónia em que participaram o embaixador russo, Igor Gromyko, e o chefe da junta do Mali, o coronel Assimi Goita.
A entrega incluiu Sukhoi Su-25, avião de ataque terrestre de conceção soviética e de apoio próximo, e Albatros L-39, avião de conceção checa, originalmente destinado a treino, mas frequentemente utilizado para ataque, disse o Exército maliano.
Também havia Mi-8, helicóptero polivalente de conceção soviética, utilizado para transportar tropas e equipamento e que pode ser armado para apoiar soldados no terreno. Os funcionários malianos não disseram quantos aparelhos foram recebidos.
Esta é a mais recente entrega deste tipo tornada pública pelas autoridades. Entregas semelhantes ocorreram em março e agosto de 2022. As autoridades dizem que estão a comprar as aeronaves, mas nunca forneceram quaisquer outros pormenores, nem os montantes envolvidos.
O Mali tem sido flagelado desde 2012 pela propagação do terrorismo e por uma grave crise de segurança, política e humanitária. Os coronéis que tomaram o poder pela força em 2020 pressionaram para quebrar a aliança militar com a França e os seus parceiros em 2022, e voltaram-se para a Rússia.
Várias fontes relatam que a junta começou a contratar o grupo paramilitar russo Wagner no final de 2021, cujas ações foram condenadas em vários países. A junta nega-o e reivindica uma parceria de longa data com a Rússia e o seu exército.
A junta afirma ter retomado a iniciativa contra os terroristas, enquanto especialistas questionam as suas proclamações militares.
O chefe de pessoal da força aérea, major-general Alou Boi Diarra falou de uma "subida no poder" durante esta cerimónia de entrega de equipamento russo que "quase se tornou rotina".
As forças malianas "experimentaram, nos últimos dois anos, uma dinâmica de reforço, modernização e equipamento sem precedentes", disse.
Os aviões entregues destinam-se a apoiar as tropas no terreno, onde a luta contra os extremistas islâmicos está a ser travada, observou.
Segundo o Exército, os aparelhos agora recebidos irão permitir aos militares "alargar o seu alcance e atacar rapidamente os inimigos de surpresa e retirar antes de qualquer resposta".
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