"No dia 14 de janeiro, agentes da Polícia Judiciária reportaram ao Ministério Público o caso do rapto de cerca de 60 mulheres e crianças por homens armados não identificados nas imediações da localidade de Arbinda (norte)", anunciou o procurador num comunicado.
O número anteriormente anunciado de pessoas raptadas era de 50.
"Esses sequestros foram realizados em 12 e 13 de janeiro, respetivamente, nas aldeias de Liki-Boukouma, com cerca de 40 vítimas, e Sirigni, com cerca de 20 vítimas", acrescentou.
"As vítimas procuravam folhas e frutos silvestres comestíveis quando foram detidas e levadas para as localidades de Gasseliki e Gorguel", segundo o procurador, que precisou ter sido "imediatamente aberta uma investigação com o objetivo de identificar e deter os autores do crime" .
Arbinda situa-se na região do Sahel, zona bloqueada por grupos fundamentalistas islâmicos, de difícil abastecimento alimentar, o que leva os habitantes a procurarem alimentos fora das aldeias.
Na segunda-feira, o governador da região do Sahel, tenente-coronel Rodolphe Sorgho disse que estão a decorrer buscas para encontrar as vítimas no norte do país.
"Estão a ser aplicados todos os meios, no plano terrestre e aéreo para encontrar estas mulheres", acrescentou à agência France-Presse uma fonte de segurança, garantindo que "aviões sobrevoam a área para detetar qualquer movimento suspeito".
O Burkina Faso, particularmente na sua metade norte, tem sido confrontado desde 2015 com ataques de grupos fundamentalistas islâmicos ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico, que estão a aumentar e que resultam em milhares de mortos e pelo menos dois milhões de deslocados.
O presidente da Comissão da União Africana (UA) exigiu hoje a "libertação imediata" das mulheres e meninas segundo um comunicado publicado na rede social Twitter.
Moussa Faki Mahamat condenou o rapto levado a cabo por homens armados não identificados, que ocorreu na zona da localidade de Arbinda, na região do Sahel, fronteira com o Mali e o Níger.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres também já tinha pedido terça-feira a "libertação imediata e incondicional" das mulheres e crianças sequestradas e pediu que os responsáveis fossem judicialmente responsabilizados.
Ao condenar o sequestro, o líder das Nações Unidas reafirmou ainda o compromisso da organização em continuar a trabalhar com o Burkina Faso e parceiros internacionais para "aumentar a proteção de civis, responder aos desafios humanitários e de desenvolvimento, promover e proteger os direitos humanos e apoiar os esforços para uma paz duradoura".
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