Burkina Faso. Há crianças entre as 60 pessoas raptadas na semana passada

Entre as 60 pessoas sequestradas na semana passada no norte do Burkina Faso por alegados fundamentalistas islâmicos estão crianças, denunciou hoje o procurador de Djibo (norte), que anunciou a abertura de uma investigação.

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Lusa
19/01/2023 21:07 ‧ 19/01/2023 por Lusa

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Burkina Faso

"No dia 14 de janeiro, agentes da Polícia Judiciária reportaram ao Ministério Público o caso do rapto de cerca de 60 mulheres e crianças por homens armados não identificados nas imediações da localidade de Arbinda (norte)", anunciou o procurador num comunicado.

O número anteriormente anunciado de pessoas raptadas era de 50.

"Esses sequestros foram realizados em 12 e 13 de janeiro, respetivamente, nas aldeias de Liki-Boukouma, com cerca de 40 vítimas, e Sirigni, com cerca de 20 vítimas", acrescentou.

"As vítimas procuravam folhas e frutos silvestres comestíveis quando foram detidas e levadas para as localidades de Gasseliki e Gorguel", segundo o procurador, que precisou ter sido "imediatamente aberta uma investigação com o objetivo de identificar e deter os autores do crime" .

Arbinda situa-se na região do Sahel, zona bloqueada por grupos fundamentalistas islâmicos, de difícil abastecimento alimentar, o que leva os habitantes a procurarem alimentos fora das aldeias.

Na segunda-feira, o governador da região do Sahel, tenente-coronel Rodolphe Sorgho disse que estão a decorrer buscas para encontrar as vítimas no norte do país.

"Estão a ser aplicados todos os meios, no plano terrestre e aéreo para encontrar estas mulheres", acrescentou à agência France-Presse uma fonte de segurança, garantindo que "aviões sobrevoam a área para detetar qualquer movimento suspeito".

O Burkina Faso, particularmente na sua metade norte, tem sido confrontado desde 2015 com ataques de grupos fundamentalistas islâmicos ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico, que estão a aumentar e que resultam em milhares de mortos e pelo menos dois milhões de deslocados.

O presidente da Comissão da União Africana (UA) exigiu hoje a "libertação imediata" das mulheres e meninas segundo um comunicado publicado na rede social Twitter.

Moussa Faki Mahamat condenou o rapto levado a cabo por homens armados não identificados, que ocorreu na zona da localidade de Arbinda, na região do Sahel, fronteira com o Mali e o Níger.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres também já tinha pedido terça-feira a "libertação imediata e incondicional" das mulheres e crianças sequestradas e pediu que os responsáveis fossem judicialmente responsabilizados.

Ao condenar o sequestro, o líder das Nações Unidas reafirmou ainda o compromisso da organização em continuar a trabalhar com o Burkina Faso e parceiros internacionais para "aumentar a proteção de civis, responder aos desafios humanitários e de desenvolvimento, promover e proteger os direitos humanos e apoiar os esforços para uma paz duradoura".

Leia Também: UA exige libertação de mais de 50 mulheres sequestradas no Burkina Faso

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