Direitos humanos. Ativistas de Caxemira, Chade e Venezuela vencem prémio

Ativistas de direitos humanos de Caxemira, Chade e Venezuela venceram hoje o Prémio Martin Ennals, em homenagem ao primeiro secretário-geral da Amnistia Internacional (AI), com o júri a saudar a sua "coragem".

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Lusa
20/01/2023 00:04 ‧ 20/01/2023 por Lusa

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Direitos Humanos

Esta distinção, uma das mais prestigiadas do mundo, premiou Khurram Parvez, destacado defensor dos direitos humanos na agitada região de Caxemira administrada pela Índia.

Mas também Delphine Djiraibé, uma das primeiras mulheres a se tornar advogada no Chade, e Feliciano Reyna, ativista que luta pelo acesso a serviços de saúde para pessoas LGBTQI marginalizadas na Venezuela.

"O denominador comum destes três vencedores é a coragem, a paixão e a determinação de serem a voz dos que não têm voz no panorama internacional, apesar dos incessantes desafios que enfrentam com risco de vida", indicou o presidente do júri, Hans Thoolen, em comunicado.

"Estamos especialmente orgulhosos de homenagear três destinatários excecionais que dedicaram mais de 30 anos das suas vidas a construir movimentos que trouxeram justiça às vítimas ou forneceram remédios a pessoas marginalizadas", acrescentou.

A cerimónia de entrega dos prémios acontecerá no dia 16 de fevereiro, em Genebra, na Suíça.

Os galardoados receberão cada um de 20.000 a 30.000 francos suíços (cerca do equivalente em euros).

Khurram Parvez não deve poder comparecer após ter sido detido em 22 de dezembro de 2021.

O ativista era o coordenador do programa de uma conhecida organização de direitos humanos em Caxemira, a Coligação da Sociedade Civil Jammu Kashmir (JKCCS), e também presidia a Federação Asiática Contra Desaparecimentos Involuntários (AFAD).

O JKCCS documenta a violência na região há mais de 30 anos, expondo em vários relatórios os abusos dos direitos humanos cometidos pelas forças do Governo indiano, incluindo tortura, execuções extrajudiciais e o uso de valas comuns não identificadas.

Delphine Djiraibé é uma das pioneiras em direitos humanos no Chade e desempenhou um papel importante no julgamento do ex-ditador Hissène Habré, que governou o país do Sahel entre 1982 e 1990. É também interessada pelas causas da violência de género.

Por fim, Feliciano Reyna fundou a Accion Solidaria, após a morte do seu parceiro com SIDA em 1995, para providenciar medicamentos e tratamento a venezuelanos infetados com aquele vírus.

Leia Também: Amina Mohammed "enfatizou a necessidade de defender os direitos humanos"

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