"A situação [na central nuclear de Zaporíjia] está realmente a deteriorar-se. Está a piorar não apenas por causa do estado mental dos especialistas ucranianos restantes, mas também devido à condição do equipamento", disse o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko, à televisão nacional do país.
A equipa ucraniana tem permanecido na central, no sudeste da Ucrânia, desde que as forças russas a capturaram em março passado. Desde então, esta central, a maior da Europa, tem sido repetidamente atacada, fazendo soar mundialmente alertas com receio de um desastre nuclear.
As palavras do ministro surgem após o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, ter visitado a Ucrânia, mostrando-se preocupado com a situação. "Sabemos, todos os dias, que um acidente nuclear ou um acidente com graves consequências radiológicas pode acontecer a qualquer momento, por isso estou tão preocupado", afirmou aos jornalistas Grossi, em Kyiv, onde foi visto, na quinta-feira, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Já a empresa de energia nuclear da Ucrânia, Energoatom, alegou que as forças russas continuaram a construir fortificações militares em redor das unidades de energia nuclear na estação, onde a AIEA - que tem tentado estabelecer um perímetro de segurança - diz ter presença permanente de até quatro especialistas.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da ONU. A entidade confirmou ainda que já morreram, pelo menos, 7.031 civis, tendo 11.327 ficado feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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