"Ainda não perceberam que o que nós somos é liberais", disparou, no seu discurso, ao som de fortes aplausos, Carla Castro, candidata à presidência da Iniciativa Liberal, que quer um partido "sem barões nem caciques", de membros "livres" que não aceitam que lhes digam "quem deve ser o presidente". A liderança decide-se neste fim de semana, na VII Convenção do partido.
Carla Castro começou o seu discurso agradecendo às outras listas candidatas à presidência do partido, bem como ao presidente demissionário, João Cotrim de Figueiredo.
A liberal fez uso de vários chavões já bem conhecidos da política nacional, "adaptados" ao liberalismo. Primeiro, Carla Castro disse que está ainda por chegar, para os liberais, "a madrugada que tanto esperavam", e depois continuou: "Hoje é o primeiro dia das nossas vidas, liberais."
A planta cresceu e precisa de mudar de vaso, assegurou a liberal, acusando os partidos com “vícios estatizantes” de ser os que beneficiam de pessoas “decadentes”.
"Descentralizar", sinónimo de "dar poder para tomar decisões", é um dos assuntos fulcrais no programa político da candidata liberal, que rematou: "Qualquer um dos nossos membros dará um melhor autarca do que um 'boy' ou uma 'girl' do PS ou do PSD."
Carla Castro garantiu que o "trabalho de consolidação" em vista às eleições europeias vai já começar, antes de enaltecer o trabalho de Nuno Barata, deputado liberal à Assembleia Legislativa dos Açores. Já sobre a Madeira, a candidata liberal disse querer marcar uma visita ao arquipélago no futuro próximo, para garantir uma maior presença no Parlamento regional.
Decomposição
"Em crescendo", quando vemos "um Bloco [de Esquerda] ou um PCP com uma visão de mundo anacrónica", com um PS em "decomposição" e um PSD "sem caixa de ressonância do país real", Carla Castro quer uma IL como alternativa à política nacional, contra um Chega "insuflado e errático", criticando um PSD que "espera que o poder lhes caia nos pés". Se bem que "quem espera que o poder lhe caia nos pés mais depressa leva com os pés do que chega ao poder", disparou.
"Nós não somos populistas, não somos inércia, não somos conformismo", garantiu, com um projeto com "experiência governativa", "claro", para "fazer política de forma sustentada".
Continuar a "revolução cultural de ser liberal" é o plano da deputada à Assembleia da República, que quer uma IL "sem 'liberalómetros' ou medidores de pureza ideológica".
[Notícia atualizada às 18h21]
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