Jair Bolsonaro esteve quatro anos à frente da presidência do Brasil e, durante esse tempo, parece ter usado o cartão corporativo do governo para comprar picanha, caviar, filé mignon, camarão, mas também doces como leite condensado ou nutella.
Os documentos fiscais foram divulgados esta segunda-feira pela agência de dados 'Fiquem Sabendo' - uma agência especializada na Lei de Acesso à Informação - tal como destaca o site UOL.
No total, foram analisadas cerca de 1,6 mil páginas, o que representa apenas 20% do total de gastos. Os gastos já era conhecidos, mas os descritivo não.
Ainda de acordo com o portal UOL, a compra de picanha está em pelo menos 14 notas ficais, uma delas, em 2019, com um gasto de 743,26 reais (cerca de 131,31 euros) na carne. Valores semelhantes foram gastos no mesmo ano na compra de duas peças de filé mignon.
Além disso, foi também comprado o medicamento Rivotril, um tranquilizante usado no tratamento de ansiedade, e o antidepressivo Lexapro.
Entre 2019 e 2022, o ex-presidente gastou 27,6 milhões de reais, mais de quatro milhões de euros. Os gastos com hospedagem representam a maior parte do valor, há gastos gerais e segue-se a alimentação – com 8.600 reais gastos em gelatarias, 408 mil em peixarias e 581 mil em padarias.
Sublinhe-se que, em 2020, partidos brasileiros pediram a abertura de uma investigação aos gastos do governo de Bolsonaro com alimentação naquele ano, tendo sido avançado, na altura, que tinha gasto 15 milhões de reais (2,2 milhões de euros) em leite condensado.
Na altura, quando questionado sobre estes valores, Bolsonaro deu uma resposta zangada: "É pra enfiar no rabo de vocês, de vocês não, de vocês aí da imprensa, essa lata de leite condensado."
É de realçar que o cartão corporativo é um meio de pagamento utilizado pelo governo federal e funciona de forma semelhante a um cartão de crédito. O uso destes cartões é regulamentado por um decreto, que define que é legal usar o cartão para comprar bens alimentares.
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