Bielorrússia fala em "situação complexa" com forças nos países vizinhos

O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, alertou hoje para uma "situação complexa" na fronteira do país, com a concentração de cerca de 23.500 militares da Ucrânia e de Estados-membros da União Europeia (UE).

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Lusa
23/01/2023 13:27 ‧ 23/01/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"A peculiaridade deste ano é que, como nunca antes, a situação em torno da Bielorrússia é complexa", disse Lukashenko durante uma reunião com representantes do Conselho de Segurança, do exército e do Serviço de Guarda de Fronteiras (SBC) do país, citado pela agência oficial Belta.

Lukashenko, o principal aliado da Rússia na guerra na Ucrânia, disse que a proteção da fronteira bielorrussa envolve também a "polícia e as autoridades locais", além de uma força própria, segundo a agência espanhola EFE.

Referiu ainda o apoio dado por unidades das forças armadas, depois de ter ouvido um relatório do presidente do Comité de Fronteiras do Estado, tenente-general Anatoli Lappo, sobre a situação fronteiriça.

"As formações militares mais numerosas estão concentradas na Ucrânia, 17.200, e na Polónia, 3.700", disse o SBC no relatório, segundo o portal "SB Bielorus Today", citado pela agência russa TASS.

O comité fronteiriço referiu que os países vizinhos continuam a construir uma "cortina de ferro" ao longo da fronteira bielorrussa, "não só a partir de estruturas e barreiras de engenharia estacionárias, mas também de campos minados no sul".

A Bielorrússia tem uma fronteira de cerca de 3.600 quilómetros (km) de extensão que partilha com cinco países: Rússia (1.312 km), Ucrânia (1.111 km), Lituânia (640 km), Polónia (375 km) e Letónia (161 km).

O SBC disse que "mais de 980 km de barreiras de engenharia de vários tipos foram erguidos" desde 01 de janeiro, dos quais 553 km pela Lituânia, 202 km pela Polónia, 141 km pela Ucrânia e 86 km pela Letónia.

Polónia, Letónia e Lituânia são membros da UE e da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte), organizações a que a Ucrânia pediu a adesão.

A possibilidade de a Ucrânia aderir à NATO foi uma das razões citadas pela Rússia para ter invadido o país, exatamente há 11 meses.

A força fronteiriça informou também Lukashenko de que o território bielorrusso tem sido alvo de reconhecimento aéreo por 'drones' (aeronaves não tripuladas), com o registo de 463 voos desde a invasão da Ucrânia.

Num encontro que manteve em Minsk com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, na quinta-feira, Lukashenko acusou o Ocidente de tentar utilizar a Ucrânia contra a Bielorrússia e disse estar "agradavelmente surpreendido" com a resistência de Kiev a essas pressões.

"Conhece as intenções dos nossos vizinhos ocidentais, não apenas as da Ucrânia. Eles estão a tentar usar a Ucrânia contra a Bielorrússia", disse a Lavrov, segundo uma transcrição disponibilizada no 'site' da Presidência bielorrussa.

"Mas o que me surpreende, e surpreende agradavelmente, é que a Ucrânia tem conseguido resistir até agora. Ainda não se envolveu em provocações contra a Bielorrússia, embora seja ativamente encorajada pelos nossos vizinhos ocidentais", acrescentou.

A Ucrânia tem manifestado o receio de que a Rússia use a Bielorrússia para atacar o país pelo norte.

Moscovo e Minsk decidiram formar uma força regional conjunta e a Rússia enviou mais tropas para a Bielorrússia recentemente, mas disse que participam apenas em exercícios militares regulares.

Leia Também: Tsikhanovskaya diz que julgamentos de opositores bielorrussos uma "farsa"

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