Bruxelas condena homicídio de jornalista nos Camarões e pede investigação

A União Europeia expressou hoje a sua "enérgica condenação" do homicídio do conhecido jornalista camaronês Martinez Zogo, que tinha sido sequestrado na semana passada, e cujo cadáver foi encontrado no domingo.

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Lusa
23/01/2023 16:33 ‧ 23/01/2023 por Lusa

Mundo

União Europeia

fundamental que uma investigação exaustiva, já anunciada pelas autoridades, esclareça todas as circunstâncias deste homicídio e que os responsáveis sejam levados à Justiça", lê-se num comunicado da diplomacia europeia, citado pela agência Europa Press.

O departamento dirigido por Josep Borrell insistiu no "papel crucial" que os meios de comunicação social livres e independentes desempenham nos Camarões e no resto do mundo para garantir sociedades "democráticas e livres".

O jornalista camaronês Martinez Zogo, que trabalhava numa estação de rádio em Yaoundé e que estava desaparecido há vários dias, foi encontrado morto no domingo, confirmou à AFP uma fonte policial sob condição de anonimato.

"Fui a Ebogo (a 15 quilómetros a norte de Yaoundé) esta manhã, onde vi e reconheci o corpo de Martinez Zogo. O procurador-adjunto estava presente e sua esposa estava lá para reconhecê-lo", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Charly Tchouemou, editor-chefe da rádio Amplitude FM, onde o jornalista trabalhava.

Martinez Zogo, de 51 anos, era diretor-geral da rádio privada Amplitude FM, com sede em Yaoundé, e era apresentador de um programa diário, "Embouteillage" - em português "Engarrafamento" -, transmitido de segunda a sexta-feira e muito popular na capital dos Camarões, um país da região ocidental da África Central.

O jornalista foi dado como desaparecido na terça-feira e as circunstâncias dessa situação permanecem incertas, tendo sido aberta uma investigação nesse mesmo dia, disse à AFP uma fonte policial sob condição de anonimato.

Em comunicado de imprensa, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) afirmou que o Martinez Zogo foi "sequestrado" na terça-feira, 17 de janeiro, por volta das 20:00, em frente a uma esquadra da polícia nos arredores de Yaoundé.

Fonte policial confirmou que o jornalista foi visto pela última vez em frente a uma esquadra, acrescentando que "não tem pistas para afirmar que se tratou de um sequestro".

De acordo com a Europa Press, Zogo tinha noticiado recentemente uma alegada apropriação ilegal de fundos públicos por um empresário privado conhecido.

Leia Também: Camarões. Cinco MSF absolvidos de cumplicidade com rebeldes separatistas

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