Líder do grupo Wagner comparado a Rasputin. "Não estanco sangue"

A influência de Yevgeny Prigozhin no Kremlin tem sido muito analisada por especialistas ocidentais. O oligarca garante que só pretende "sangrar os inimigos da terra mãe".

Notícia

© Mikhail Svetlov/Getty Images

Notícias ao Minuto
23/01/2023 17:14 ‧ 23/01/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Rússia

O oligarca russo à frente do grupo Wagner reconheceu esta segunda-feira as comparações que têm sido feitas com Rasputin, o monge ortodoxo cuja figura é, ainda hoje, alvo de grande fascínio e críticas pela sua influência na família real russa durante a Primeira Grande Guerra.

Yevgeny Prigozhin disse que "não está familiarizado com a história de Rasputin, mas uma importante qualidade deste foi ter estancado o sangue do jovem príncipe [Alexei Nikolaevich] com feitiços".

"Infelizmente, não estanco sangue. Faço sangrar os inimigos da terra mãe. Não com encantamentos, mas com contacto direto", acrescentou o serviço de imprensa do oligarca, citado pela Reuters.

As palavras de Prigozhin são uma referência a um artigo do jornal norte-americano Financial Times que, no fim de semana, comparou o empresário ao icónico monge ortodoxo.

Rasputin é uma das figuras mais estudadas e controversas da história russa. Durante o início do século XX, Rasputin tornou-se famoso entre a corte do czar Nicolau II, depois de ter salvo o seu filho, que sofria de hemofilia - no entanto, os historiadores acreditam que, embora os relatos comparem o tratamento a magia, Rasputin terá simplesmente deixado de prescrever aspirinas ao jovem príncipe.

Ainda assim, o impacto da ação de Rasputin tornou o seu papel ainda mais preponderante e, quando Nicolau II partiu para supervisionar o esforço de guerra russo na Primeira Grande Guerra, o pároco - que alegava ter poderes mágicos - ficou encarregue de governar o Império Russo (uma decisão que se revelaria catastrófica para toda a corte, que acabaria por cair com a chegada ao poder dos bolcheviques, em 1917).

As comparações entre Prigozhin e Rasputin começaram no ano passado, quando um jornalista russo salientou o impacto que o oligarca tem no Kremlin, especialmente na liderança da Rússia e nas decisões mais danosas e agressivas que têm sido tomadas por Vladimir Putin.

Yevgeny Prigozhin é o oligarca à frente do grupo Wagner, a milícia armada que tem lutado na Ucrânia do lado russo e que tem operado, nos últimos anos, no continente africano. No entanto, o empresário só reconheceu que fundou o grupo em setembro de 2022, depois de vários especialistas e agências de inteligência terem dado conta da entrada da milícia na guerra.

Em África, o grupo Wagner tem sido responsável por defender os interesses russos, nomeadamente no Mali, na República Centro Africana, colaborando com as autoridades locais para combater grupos extremistas - embora essa colaboração tenha deixado as autoridades ocidentais preocupadas com a influência do Kremlin na região.

Leia Também: EUA vão definir grupo Wagner como "organização criminosa transnacional"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas