As suspeitadas dizem respeito a encomendas a fornecedores de alimentos para as tropas ucranianas, nas quais o Ministério da Defesa admitiu ter havido "problemas técnicos".
Sem mencionar os visados, o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, afirmou na sua conta no Facebook que estão "a tentar minar a credibilidade do Ministério", acrescentando que está uma investigação em curso para apurar o sucedido "com total transparência" e corrigir esses erros.
Um dos processos, de acordo com a agência Efe, diz respeito a uma série de encomendas no valor de cerca de 350 milhões de euros.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, as despesas de Defesa de Kiev estão a ser asseguradas sobretudo com as contribuições dos aliados ocidentais da Ucrânia.
Antes do conflito, o país era considerado um dos mais corruptos da Europa e repetidamente instado a acelerar as reformas necessárias para combater este flagelo.
O próprio Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou no domingo à noite que não tolerará nenhum caso de corrupção e que não voltará "ao passado", em que pessoas ligadas a instituições estatais ou em seu redor se aproveitaram das suas posições.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.068 civis mortos e 11.415 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Grupo Wagner já perdeu cerca de 40 mil presidiários recrutados