"Estão a chegar mensagens e notícias que dizem que Panzeri vai revelar novos nomes de eurodeputados italianos, alemães, belgas e franceses", declarou Michalis Dimitrakopoulos, o advogado que representa outra figura-chave do caso, a ex-eurodeputada grega Eva Kaili, ao canal de televisão grego Kontra.
Panzeri concordou na semana passada, em troca de uma redução de pena, em cooperar com os procuradores belgas que investigam alegadas tentativas do Qatar, e aparentemente também de Marrocos, de influenciar decisões das instituições europeias a seu favor, mediante o pagamento de subornos a eurodeputados e funcionários do Parlamento Europeu (PE).
O advogado da ex-eurodeputada e ex-vice-presidente do PE considera que Panzeri é "muito pouco confiável" e que "assinará o que lhe derem", depois de chegar a acordo com os promotores, estando apenas "interessado em salvar a mulher e a filha".
Além de Panzeri, que está preso na Bélgica, também a sua mulher, Maria Dolores Colleoni, cuja extradição foi pedida à justiça italiana, e sua filha Silvia, são acusadas de envolvimento neste alegado caso de subornos.
A investigação conduzida pelas autoridades belgas permitiu a apreensão de malas com dinheiro no total de 1,5 milhões de euros e quatro pessoas foram indiciadas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação numa organização criminosa.
A par de Pier Antonio Panzeri, a ex-eurodeputada e ex-vice-presidente do PE Eva Kaili, o seu assessor e companheiro Francesco Giorgi, e o dirigente da organização não-governamental (ONG) "No Peace Without Justice" Niccolo Figa-Talamanca são outros nomes envolvidos no processo e presos na Bélgica.
A justiça belga pediu também a retirada da imunidade parlamentar a outros dois eurodeputados, o belga Marc Tarabella e o italiano Andrea Cozzolino.
Este último antecipou, entretanto, que está disposto a renunciar à sua imunidade judicial, anunciaram hoje os seus advogados à comissão de justiça do Parlamento Europeu.
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