Rússia propõe apoiar regime de Essuatíni após assassínio de oposicionista

A Rússia disponibilizou-se hoje para treinar e formar as forças de segurança de Essuatíni, poucos dias após o assassínio do advogado e ativista dos direitos humanos Thulani Maseko, num crime que indignou a comunidade internacional.

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Lusa
24/01/2023 18:24 ‧ 24/01/2023 por Lusa

Mundo

Essuatíni

"A Rússia está pronta a ajudar Essuatíni a treinar o seu pessoal de segurança e a aumentar a sua produção de alimentos", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, que iniciou uma visita ao país, a última monarquia absoluta de África.

Cinquenta membros do pessoal de segurança do reino já estão a receber formação em universidades russas, avançou Lavrov após uma reunião com o primeiro-ministro.

O eminente advogado e respeitado defensor dos direitos humanos Thulani Maseko foi morto a tiro no sábado em sua casa, a cerca de 50 quilómetros da capital, Mbabane.

Fundador de uma coligação de partidos, associações e igrejas da oposição (Multi-Stakeholder Forum, MSF), Maseko foi detido em 2014 por criticar o regime e libertado um ano depois.

Poucas horas antes do assassínio, o rei Mswati III havia desafiado os seus críticos: "As pessoas não deveriam reclamar dos mercenários que os matam. Essas pessoas começaram a violência primeiro".

Em junho de 2021, as manifestações pró-democracia redundaram em atos de violência dos quais resultaram vários mortos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma investigação ao assassínio de Maseko e a União Europeia expressou "grande preocupação" com o sucedido, tendo a Comissão Africana dos Direitos do Homem condenado igualmente o que classificou como "brutal assassínio", exigindo uma investigação rigorosa e imparcial.

A este respeito Lavrov absteve-se de fazer comentários, quando questionado sobre o assassínio de Maseko.

"Por uma questão de princípio, não interferimos na situação política de qualquer país", respondeu, limitando-se a afirmar que se deslocou a Essuatíni para "promover boas relações bilaterais".

O rei tem o poder de dissolver o parlamento e o governo, nomeia os juízes e comanda a polícia e o Exército. Os partidos políticos, teoricamente autorizados, não podem participar em eleições, com a próxima consulta ao eleitorado marcada para este ano.

O pequeno país sem litoral e encravado em território sul-africano é governado desde 1986 por Mswati III, criticado por levar um estilo de vida extravagante e violar regularmente os direitos humanos.

Leia Também: Comissão de Direitos Humanos condena "brutal assassínio" de advogado

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