Apoiantes de Alexei Navalny, destacado opositor do governo russo, deixaram uma réplica da "pequena cela" onde o ativista se encontra detido em frente à Embaixada russa na capital alemã, Berlim, esta terça-feira, como forma de alertar para as condições vividas pelo político.
Cerca de 100 pessoas marcaram presença no protesto, incluindo o irmão de Navalny, Oleg, que ‘pintou’ a principal avenida de Berlim com cartazes que apelavam à libertação de todos os presos políticos da Rússia, assim como ao julgamento do presidente daquele país, Vladimir Putin, pelos crimes de guerra cometidos na Ucrânia.
"Há uma conexão entre aquilo que acontece com Alexei Navalny e a guerra na Ucrânia", defendeu Leonid Volkov, aliado de Navalny e organizador da manifestação, citado pela Associated Press.
Isto porque, cada vez que o político menciona o conflito, "é castigado", defendeu.
Ainda assim, Volkov considerou que as autoridades do Kremlin estão "vulneráveis" a pressões exteriores, recordando que cederam ao pedido de centenas de médicos para que Navalny tivesse assistência médica.
"Talvez haja sinais de que estão realmente a ouvir no Kremlin. Não porque sejam boas pessoas – não são – não porque sejam humanistas, mas porque estão vulneráveis", disse.
O responsável apontou ainda que Putin poderá tentar usar o ativista nas negociações de paz futuras que, "inevitavelmente", chegarão.
"Estarão várias opções em cima da mesa", rematou.
Recorde-se que Alexei Navalny é o político que mais fez frente ao presidente russo, tendo sido detido em janeiro de 2021, depois de regressar da Alemanha, onde estava a recuperar de um envenenamento induzido por um agente nervoso que, segundo o mesmo, foi planeado pelo Kremlin. Na altura, foi condenado a uma pena de prisão de dois anos e meio por violação da liberdade condicional.
Em março, o político e ativista foi ainda sentenciado a nove anos de prisão por fraude e desrespeito pelo tribunal, acusações estas que foram encaradas por Navalny como motivadas politicamente e como uma tentativa de o manter aprisionado pelo máximo de tempo possível.
O juiz ordenou que o crítico do governo russo cumprisse a nova pena numa prisão de segurança máxima, para a qual seria transferido depois de ter perdido o recurso em tribunal, no início de junho.
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