O Natal até já passou, mas Oleksiy Reznikov, ministro da Defesa da Ucrânia, não se esquece do que pediu - mas ainda não chegou - ao Pai Natal: caças.
Ou pelo menos foi este o desejo que expressou em entrevista à CNN: "Enviei uma carta com a lista de desejos para o Pai Natal no ano passado, e os aviões de combate também [foram] incluídos nesta lista."
Palavras parecidas às do seu conselheiro, Yuriy Sak, que disse, citado pela Reuters: “O próximo grande objetivo agora serão os caças. Se os conseguirmos, as vantagens no campo de batalha serão imensas… Não são apenas os F-16, aeronaves de quarta geração, é isso que queremos."
“Eles [países ocidentais] não queriam dar-nos artilharia pesada, até que deram. Não queriam dar-nos sistemas HIMARS, até que o fizeram. Não queriam dar-nos tanques, agora estão a dar-nos tanques. Além das armas nucleares, não há mais nada que não consigamos”, defendeu o assessor.
Palavras em sintonia com os desejos do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitry Kuleba, que, no Twitter, pediu: "Agradeci à Polónia, que foi o primeiro país a anunciar publicamente a entrega dos [tanques] Leopard 2, contribuindo assim de forma crucial para a formação da coligação de tanques. Temos novas tarefas pela frente: Caças ocidentais, sanções, implementação da Fórmula da Paz."
E a sintonia não para aí. O próprio presidente ucraniano, após agradecer ao Ocidente pelo envio de tanques Leopard 2, virou logo as miras para os jatos como novo objetivo: "Devemos também expandir a nossa cooperação em artilharia e [viabilizar] o envio de aviões de combate. [...] Hoje falei com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. Temos que desbloquear o fornecimento de mísseis de longo alcance para a Ucrânia, é importante para nós expandir a nossa cooperação em artilharia, temos que conseguir o fornecimento de aeronaves para a Ucrânia", disse Zelensky no seu discurso diário publicado nas redes sociais.
'Nem pensar', dizem alemães
Depois de grande pressão para ceder ao envio dos tanques Leopard 2, de fabrico alemão, para a Ucrânia, e que Berlim acabaria por aceitar, o chanceler alemão já afastou a ideia de, agora, enviar jatos. “Deixei claro desde o início que não estamos a falar de aeronaves de combate e faço o mesmo aqui. Não enviaremos tropas terrestres em nenhuma circunstância. Eu disse que não haverá envolvimento direto de soldados da NATO na guerra da Ucrânia. Não foi assim até agora e não será no futuro. E todos podem contar com isso", disse Scholz no Bundestag.
Os russos invadiram a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, causando a fuga, até agora, de mais de 14 milhões de pessoa, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas. Terão ainda morrido mais de 7 mil civis, ficando mais de 11 mil feridos.
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